A panela da política paranaense continua fervendo no fogo da sucessão. É fogo brando, bastante, porém, para que extravase.

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Há um aspecto positivo em que o conteúdo se derrame. Assim, a sociedade nativa conhece os seus líderes, ganha consciência dos problemas que a afligem e pode avaliar o alcance de suas expectativas.

Mas não deixa de ser doloroso, embora de certa forma útil, na revelação dos humores de boa parte de nossos políticos, o reconhecimento da inadequação das elites ao processo de modernização.

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Ontem os partidos de oposição se reuniram para nada. Repetiram a ladainha que todos sabem de cor e salteado.

No dia 19, Osmar Dias dirá se será ou não candidato a governador. Se não for ele, o primeiro no banco seria o deputado Gustavo Fruet. As outras possibilidades são a indicação de Alvaro Dias ou um acordo com o PMDB de Requião.

Novidade? Gustavo Fruet era nome certo na semana passada. Ontem, passou a ser só uma hipótese, segundo as novas previsões do presidente do PSDB da terrinha, deputado Valdir Rossoni, que acredita um pouco no lançamento de Osmar Dias, outro tanto em alianças e também em seres extraterrenos e coisas tais.

O certo é que as apostas na aproximação com o PMDB de Requião cresceram muito no arraial dos tucanos e ninguém se surpreende mais com o rumo dos acontecimentos na política nativa.

Maquiavel conta os estragos da tísica, doença mortal naqueles tempos renascentistas, que os médicos costumavam enfrentar quando já era tarde demais.

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Ao que tudo indica, o Paraná padece de tísica, mas não tem maiores chances que os doentes contemporâneos do secretário florentino.

Decerto, por aqui, não há gente disposta a confiar em nossos políticos e a enfrentar a desfaçatez da rapaziada no braço.

E por que haveria?

Cópia para Osmar – Como havia prometido, Requião mandou cópia da última pesquisa de opinião sobre a corrida eleitoral ao provável adversário, Osmar Dias. Marcaram jantar para discutir os números.

Noite dos punhais – No domingo à noite, Requião jantou com 14 prefeitos em arraial do PPS na região metropolitana. Recebeu juras de gratidão e apoio. E retribuiu com elogios aos comensais e boas-vindas à campanha eleitoral.

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Façam o plano – Para manter a rapaziada em atividade, o senador Osmar Dias recomendou aos que aguardam a sua definição que vão elaborando o plano de governo.

O inexplicável – "Lula resiste. Depois da pancadaria, depois do escândalo que derrubou Antônio Palocci, depois do caseiro Francenildo, depois da dança da deputada Guadagnin, depois de tudo ele manteve 45% das intenções de voto em todas as pesquisas. E tem gente que quer que eu explique o inexplicável", do deputado Plauto Miró Guimarães, do PFL.

Santoral do dia 19 – O dia 19 de junho, data da convenção nacional do PDT que poderá decidir a sorte de Osmar Dias na política paranaense, é de São Romualdo que, pressentindo a morte, se afastou para morrer sozinho. Deixou uma oração aos perseguidos, informa o Padre Roque, do PT.

Agora, o comitê – Enquanto os peemedebistas se entendem com a cúpula nacional do PSDB para entrar na campanha de Geraldo Alckmin, a incrível armata brancaleone prepara o comitê Lula–Requião, de 3.600 m2, que será inaugurado no sábado, dia 10, na Rua Trajano Reis, 538.

Alto nível – O ex-senador Nivaldo Krueger diz ter razões suficientes para acreditar num entendimento por cima, de altíssimo nível, do PMDB de Requião com os tucanos e que envolveria até o senador Alvaro Dias.

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Conversa com tucanos – O presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, é um dos emissários de Requião que vai nesta semana a Brasília para abrir um diálogo com o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati.

Ameaça de petista – O presidente do PT estadual, André Vargas, avisa que se o petista Natálio Stica continuar com "devaneios" de querer ser vice de Requião, numa eventual aliança entre PMDB e PT, poderá ficar sem legenda. "Ele que procure legenda no PMDB", esbraveja Vargas.

Aplausos – O governador Requião será recebido hoje em São Paulo por empresários da construção civil. A homenagem é reconhecimento ao projeto do governador que reduziu o ICMS do setor.

Farpa – "As oposições apresentam sinais de distonia neurovegetativa. Suor frio nas mãos, emoções à flor da pele. Não é para menos. Depois de tanta guerra, Lula tem chances reais de vencer no primeiro turno", come-mora Paulo Bernardo, ministro do Planejamento.

Não ofende – Há gente que não subiria no mesmo palanque de Requião, mas nem por isso seria empecilho a um acordo de tucanos com o PMDB?

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As boas – A Prefeitura de Curitiba investirá R$ 158 milhões em habitação no biênio 2006-2007. Este será o maior investimento no setor nos últimos dez anos beneficiando 12.499 famílias.

As más – O faturamento da indústria paranaense caiu 11,33% em abril, na comparação com março passado. A queda maior foi nas exportações que ficaram 19,72% menores no mês.