O debate político desceu às cloacas. Os ânimos andam à flor da pele. Tudo aponta para uma temporada digna dos babuínos.

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Segue a dança dos dossiês e a contradança das responsabilizações levianas que a imprensa não inventa, simplesmente registra por dever de ofício.

Qualquer reunião, como a dos tucanos paranaenses em Brasília, vira bate-boca impróprio para menores e para pessoas de sensibilidade auditiva.

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A peroração do senador Alvaro Dias sobre os tucanos da província foi ácida. Não poupou ninguém. Qualquer membro do poleiro sob suspeição de simpatizar com Requião levou chumbo. Grosso. A começar pelo presidente nativo, Valdir Rossoni, de corpo presente.

A tensão aumenta. O governador Requião perde as estribeiras e lança os piores adjetivos de sua coleção contra os petistas que insistem em provocá-lo por conta do nepotismo.

A semana promete enredos ainda mais substanciosos. Na Assembléia, as oposições insistem em votar a lei contra o nepotismo. O governo diz que não pode, que é inconstitucional colocar em questão o mesmo tema na mesma legislatura.

Amanhã, o deputado Gustavo Fruet dará entrevista coletiva para defender-se de acusações e ataques sobre irregularidades em seu gabinete.

Outro tucano, o deputado Luís Carlos Hauly, promete revelações sobre o uso de grampos telefônicos cuja iniciativa ele indica em áreas do governo. A banda do governo retruca e ameaça abrir sua caixa de ferramentas e mostrar depoimentos feitos em segredo de Justiça.

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Como se vê, há algo de irracional no enredo da agitação política nativa. Algo que escapa e que, provavelmente, só se alcança vendo as coisas pela ótica dos bastidores mais escuros, como fruto de turvos sentimentos medrados em almas toscas. Haja estômago.

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Represália – O alto comando do PT nativo queria o sangue de quem votou contra o projeto de nepotismo de Tadeu Veneri. Não fossem os prazos da lei eleitoral, a ordem seria trocar os quatro deputados que pularam a cerca.

Habitação – O advogado Orlando Anzoategui apresentará no programa do PSB soluções para o problema da habitação. Vai apontar as deformações do sistema financeiro de habitação e as queixas dos milhares de mutuários insatisfeitos no Paraná.

De malas prontas – Logo o prefeito Beto Richa parte para Virginia Beach. A viagem é organizada pelo presidente da Curitiba S.A., Juraci Barbosa Sobrinho, e atende convite da prefeita Meyera Oberndorf, para formalizar a instalação de escritório de desenvolvimento de Virginia em Curitiba.

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Amargo e drástico –  O presidente nacional da OAB, Roberto Busato diz que a entidade examinará o impeachment do presidente Lula no próximo dia 8, ciente de que é "um remédio amargo e drástico" que só deve ser ministrado em casos extremos, mas o fará em cumprimento a seu dever cívico.

Número da sorte – Apesar de não estarem definidos os números que os candidatos utilizarão na campanha deste ano, não é difícil imaginar qual será a numeração do candidato do PC do B, Ricardo Gomyde. A placa do carro é 6565. Os últimos quatro dígitos do celular é 6565. Alguém arrisca um palpite?

Velho pedido – Amanhã, o governador Requião e o secretário Forte Netto entregam ao prefeito de Araucária, Olizandro José Ferreira, autorizações para execução de obras no valor de R$ 14,8 milhões.

Fórum da Carne – O secretário municipal do Planejamento, Antônio Leonel Poloni, será o único paranaense a integrar a comitiva da Confederação Nacional da Agricultura que participa do Fórum Mundial da Carne, entre os dias 24 e 28, na Austrália. Especialista no assunto, Poloni viaja a convite da CNA.

Descentralização – As demandas do morador dos bairros de Curitiba serão atendidas mais rapidamente. Beto Richa deve baixar nos próximos dias um decreto repassando para as regionais a definição da pauta de manutenção da cidade. Richa inverterá as decisões que virão de baixo para cima.

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Prazo final – Com a publicação da mensagem no Diário Oficial, o presidente da Assembléia, Hermas Brandão, estabeleceu até terça-feira o prazo para que os partidos (PMDB, PFL, PT, PDT e PSDB) indiquem os membros da comissão especial, que será composta por cinco deputados. Os deputados têm até terça-feira para apresentar emendas.

Farpa – "Quando faltam argumentos, sobram palavrões", observa o deputado Durval Amaral, do PFL.

Não ofende – O antinepotismo pode voltar à pauta da Assembléia?

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As boas – Os argentinos estão comprando mais produtos paranaenses. Segundo o governo federal, os nossos vizinhos adquiriram no primeiro trimestre US$ 183 milhões em produtos made in Paraná.

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As más – O Paraná está em quinto no ranking nacional de conflitos agrários. Em 2005 foram registrados 49 casos. O índice de "conflitividade e violência" do estado é o maior da Região Sul do país.