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Os brutos também amam, anunciava o título de filme da década de 60 que cairia muito bem para o enredo da política nativa destes dias.

Nos bastidores, cenas de reconciliação que fariam inveja aos roteiristas das novelas mais lacrimosas da tevê. Tudo em nome da salvação da pátria, que nada tem a ver com isso.

Ora, pois, tucanos e peemedebistas que nunca se amaram, trocam agora furtivos olhares de flerte à espera do casamento de conveniência. Por trás dos panos já comemoram.

Hoje, desce em Brasília a delegação de Requião chefiada por Dobrandino Gustavo da Silva e integrada pelo habilidoso chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, para conversar com Tasso Jereissati, o tucano-mor da República que cuida dos interesses da candidatura presidencial de Geraldo Alckmin.

Levam em mãos as últimas pesquisas onde Requião aparece na frente para a disputa do governo. E sugerem que este favoritismo poderá ser transferido para Alckmin, bastando para isso que se estabeleça um acordo como os que já foram firmados entre tucanos e peemedebistas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

A fórmula não agrada a todos os tucanos, nem é unanimidade no PMDB. Mas, diga-se, são minorias pouco expressivas as que hoje resistem a um entendimento do tipo.

Alckmin agradece. Seus marqueteiros já mostraram à exaustão que a recuperação do tucano para enfrentar Lula terá que ser aqui no Sul, pois no Nordeste e nos grotões deste país tropical, vence Lula e a bolsa-família.

Assim caminha a humanidade. Osmar Dias fica para o dia 19, Cristóvam Buarque gosta de ser candidato a presidente, os peemedebistas de Brasília não têm compromisso formal nem com Alckmin nem com Lula e seus governadores podem aliar-se do jeito que quiserem e da forma que lhes convier. E a absoluta maioria não está nem aí, ocupada em seu delírio futebolístico.

Sem pedras no caminho – Já não há obstáculos para entendimentos entre os peemedebistas da terrinha e os tucanos da República. A reunião entre as partes está marcada para hoje, em Brasília, marcada pelo presidente estadual, Valdir Rossoni, junto ao presidente nacional, Tasso Jereissati.

De ferro – "Só resiste a esse entendimento quem tem muita coragem e muita força de vontade", diz o deputado Valdir Rossoni sobre a aliança do PMDB com o PSDB no Paraná. Hoje, Rossoni se reunirá em Curitiba com deputados da bancada do PMDB.

Em chuteiras – O período da Copa do Mundo de Futebol será o mais conveniente para tornar públicas as alianças inacreditáveis que virão pela frente. O povo em chuteiras não liga para o que os políticos fazem, explica um marqueteiro do Centro Cívico.

Mais 27 prefeitos – João Arruda, da ala jovem do PMDB, e Renato Adur reuniram ontem em Curitiba mais 27 prefeitos, desta vez do Norte Pioneiro, e fecharam apoio à reeleição de Requião.

Pegou mal – Da tribuna da Assembléia o deputado Jocelito Canto, do PTB, acusou deputados de votarem projetos ilegais e imorais somente para atender o governador Requião. "Expressei-me mal, quis dizer projetos injustos para a população", minimizou o petebista.

Tiroteio – Os deputados petistas André Vargas e Natálio Stica voltaram a se engalfinhar. Depois de ser ameaçado de expulsão por apoiar um comitê suprapartidário no Paraná, Stica disparou: "Quem está no partido errado é o André Vargas. Ele é infantil e se acha dono do partido".

Reta de chegada – Os tucanos da Câmara procuraram o presidente do diretório municipal, João Cláudio Derosso, para pedir uma reunião com o presidente do diretório estadual, Valdir Rossoni. Querem entrar já na campanha de Alckmin.

Gleisi em Londrina – Enquanto os marmanjos do PT brigam, se estapeiam e trocam farpas em público, a pré-candidata do partido ao Senado, Gleisi Hoffmann, percorre o Paraná. A próxima parada é em Londrina, onde participa de encontro com empresárias.

Aposta do PL – O PL não fará parte da Frente de Oposições ao governo Requião no primeiro turno. Mas pretende apoiar o candidato que enfrentar Requião, caso haja segundo turno. É a aposta do ex-prefeito de Guarapuava e vice-presidente do PL, Vítor Hugo Burko.

Farpa – "A campanha eleitoral deste ano vai ser assim, do pescoço para baixo tudo é canela", diz o deputado Natálio Stica, do PT.

Não ofende – Esse MST que invadiu o Congresso sabe onde termina a lei e onde começa a bagunça?

As boas – A venda de veículos novos saltou 25% no mês passado, em comparação a abril, atingindo 164,1 mil unidades. Diz a Anfavea.

As más – Para protestar pela reforma agrária 300 sem-terra ligados ao MST invadiram o Congresso, e promoveram um quebra-quebra nas dependências do Parlamento.

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