O distinto público começa a dar sinais de cansaço diante da interminável novela das oposições em busca de um candidato para encarar Requião.
Observando bem, até mesmo os líderes das oposições se mostram enfarados com o enredo arlequinesco no qual se envolveram.
Pudera! O enredo da política nativa é pobre, repetitivo, pleno de personagens estereotipados que já não conseguem disputar o interesse da maioria, que a esta altura já entrou no delírio pré-campeonato mundial de futebol e não está nem aí para o jogo político.
Até, porque, anda enojado das revelações de corrupção que rendem, no mínimo, um escândalo por dia e passam a idéia de que todas as instituições, todos os políticos, estão contaminados.
Pobre democracia a nossa. Dizia o norte-americano Abraão Lincoln, há um século e tanto, que democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo. Em bom português, quer isto dizer que são necessários, antes de mais nada, o desejo e a determinação do povo (isto é, da sociedade civil, da comunidade de cidadãos) de assumir o governo de si próprio.
Essa determinação, neste início de século XXI, parece óbvia para muitos de nós, mas a verdade é que ela contraria e contradiz hábitos antigos e arraigados, não só entre os nossos governantes, mas, talvez mais ainda, entre o povo e as camadas médias do país.
A tradição e a cultura cívica brasileiras são de raiz fortemente paternalista e senhorial, vindas da Península Ibérica e dos séculos coloniais, e confirmadas num universo rural dominado pela "casa grande", pelo "coronel" interiorano ou pelo caudilho.
No contexto moderno, republicano e urbano, essas forças ancestrais produziram o regime fardado e a única alternativa para a ditadura parece ser o paternalismo populista.
Como se vê, a democracia lincolniana está ainda para ser inventada por aqui, e a tarefa não parece sequer bem encaminhada.
La Roussef na praça A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, esteve ontem na praça. Veio para a solenidade de compra da UEG-Araucária e para conversar com Requião sobre a renovação de uma aliança eleitoral com o presidente Lula.
Pronto para a briga Osmar Dias tirou os pontos e pode voltar a Curitiba, conversar com Tasso Jereissati, com os tucanos daqui, com Requião, ora, pois, pode inclusive decidir o que vai fazer para tirar as oposições da angústia da indefinição.
O vice de Fruet Os tucanos de bico grosso que apóiam Gustavo Fruet já descobriram quem seria o vice ideal para o seu candidato ao governo. Ora, pois, estão indicando o deputado Augustinho Zucchi, do PDT, para amarrar Osmar Dias. Além do que, Zucchi é de uma região onde Requião é muito forte, o Sudoeste.
Só depois de Osmar Augustinho Zucchi gostou que lembrassem de seu nome para vice. Mas só dá resposta final depois que Osmar Dias se pronunciar sobre a candidatura ao governo.
Sinal de gato No jogo de truco é fundamental a troca de sinais entre parceiros. O que o PFL estaria fazendo agora seria um sinal para o aliado PSDB, de que quer reabrir conversas caso o senador Osmar Dias seja substituído por outro na chapa das oposições.
Na mesma praça Requião e Gustavo Fruet podem se encontrar amanhã, em Cascavel. Os dois estão na lista de autoridades que participarão da inauguração do Colégio Estadual Victorio Ambrosino.
Veto tucano Os tucanos de Curitiba não aceitam nem conversar sobre a hipótese do ex-prefeito Cassio Taniguchi compor a chapa majoritária das oposições. A bronca é tão grande que ameaçam sair de campo. Diga-se, Cassio está no topo de todas as pesquisas de eleições proporcionais.
Troca de figurinhas O presidente Lula não desistiu de levar Requião para o seu lado. Vem trabalhando a possibilidade de um encontro com o governador para tratar do assunto, o que representaria o fim da candidatura do senador Flávio Arns no Paraná.
Antecipada a convenção A convenção do PMDB estadual, que seria no dia 30, foi antecipada para o dia 24 ou 25, com prazo suficiente para acomodações e alianças pontuais no Paraná.
Retífica O professor Aroldo Murá, nosso latinista, corrige a coluna e o tucano Tasso Jereissati. A expressão correta é "Habemus Papam", pois a expressão exige o acusativo. Resta saber agora se os tucanos têm candidato.
Farpa "Saibam todos que vou disputar a indicação ao Senado na convenção democrática do PSDB do Paraná", garante o presidente da Assembléia, Hermas Brandão, que assim anuncia o confronto com o atual senador Alvaro Dias.
Não ofende Até o Natal os tucanos decidem o que vão fazer?
As boas A Polícia Militar lançou a Operação de Proteção ao Trabalhador com aumento de efetivo nas regiões centrais de Curitiba e nas imediações dos eixos comerciais nos bairros.
As más Curitiba é a segunda cidade do Brasil em número de fumantes a partir dos 15 anos, diz o Instituto Nacional do Câncer. Nesse podium só perdemos para Porto Alegre.
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