A política é jogo bruto, mas o ideal é que seja, tanto quanto possível, um jogo limpo como o que é jogado nos países ditos civilizados.
Aqui, nem pensar. As regras para as eleições deste ano estão pendentes de decisão do STF. Dependendo da confirmação ou não da verticalização, o quadro muda completamente.
Há outro constrangimento. O STJ decidiu interferir na vida interna do PMDB. Expediu liminar cancelando as prévias do partido. Ora, pois, se o PMDB tiver candidato próprio à Presidência, a história será uma, se não tiver, cada governador poderá fazer a aliança que quiser.
Vivemos, portanto, no breu das indefinições, sujeitos a casuísmos que podem mudar o rumo da República. Para varrer agora essas sombras, o que é preciso é que tenhamos, o quanto antes, as regras do jogo que se vai jogar. Limpamente.
Do contrário, estaremos vivendo, mais uma vez, essa espécie de corrente da infelicidade, pela qual todos se merecem, votantes e votados. A moral da história é a decadência de um país que, pretendendo ser do futuro, ficou no passado.
Não somos Terceiro Mundo por acaso. Temos, a respeito, largas culpas em cartório. Na hora em que se acende, digamos, o delírio pré-mundial de futebol, colhe-se o mais perfeito emblema da eterna escolha pela emoção em lugar da razão.
Escanteia-se a inteligência para que mandem apenas os sentimentos, enternecidos ou exaltados por bobagens. É assim que se apresentam os candidatos à Presidência da República, de Lula em sua tentativa de reeleição, a Geraldo Alckmin, que tenta contrariar sua natureza para entrar na dança.
Nonadas, diria Guimarães Rosa. Aqui, a racionalidade só intervém na hora de fazer valer interesses imediatistas, de tirar vantagem pessoal, nada que se exprima no coletivo. O país, compactamente, está sempre pronto a escalar na ilusão.
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Pista livre Se depender do PMDB dos senadores José Sarney e Renan Calheiros, o partido não terá candidato próprio à Presidência da República. Aqui, há adeptos da tese. Sem candidato presidencial, Requião ficaria livre para as alianças no Paraná.
Desindustrialização O presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, quer ampliar o debate sobre a desindustrialização que ameaça o país. O estudo da Fiep sobre o tema, já apresentado ao presidente Lula em ruidoso bate-boca no Recife, será pauta de encontro com as centrais sindicais, no dia 27, em São Paulo.
Sinal verde O presidente estadual do PT, André Vargas, recebeu, em São Paulo, do dirigente Ricardo Berzoini, sinal verde da executiva nacional para tocar em frente a candidatura de Flávio Arns ao governo do estado
Encontro de Tucano Beto Richa recebeu a visita do prefeito tucano Sílvio Mendes de Oliveira Filho, de Teresina. Os dois comemoraram a indicação de Geraldo Alckmin como candidato a presidente do PSDB. Richa, desde os tempos de seu pai, é ligado ao grupo de Mário Covas, de onde saiu Alckmin.
Solidariedade tucana O prefeito de Teresina, Sílvio Oliveira, veio pedir ao correligionário tucano de Curitiba experiências e tecnologias para aplicar na sua administração. Leva um conjunto de planos organizados pelo Ipppuc.
Conversa de tucano O líder do tucanato nativo, Valdir Rossoni, desembarca em Brasília, na terça-feira, para conversar sobre o futuro do partido no Paraná.
Tensão na fronteira Preocupado com a tensão na fronteira entre Brasil e Paraguai, o deputado Reni Pereira, do PSB, encaminhou mensagem a Brasília, pedindo que a Receita Federal revogue por decreto o artigo 603 do regulamento aduaneiro, que permite a apreensão de táxis paraguaios que estejam transportando excesso de bagagem para dentro do país. Estímulo à cultura Aprovado projeto do vereador Reinhold Stephanes Jr., do PMDB, que incentiva o trabalho de artistas curitibanos. Através da lei, a construtora que contratar um artista plástico local terá, em contrapartida o aumento de 2% do potencial de construção.
Ambulâncias O distrito de Rio Claro do Sul, em Mallet, é um dos municípios defendidos pelo deputado Alexandre Curi, que foi contemplado com uma ambulância pelo governo do estado.
Redução de tarifa Uma proposta começou a tramitar na Assembléia para reduzir a tarifa de energia em 30% para as atividades produtivas no período noturno. O autor, deputado Plauto Miró Guimarães, diz que o pico de consumo à noite cai sensivelmente, e que existe perda do volume de energia colocado à disposição. Farpa "Cada político tem o caseiro que merece", diz o deputado Durval Amaral, do PFL. Não ofende Balança mas não cai?
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As boas Boa notícia para os que se aproximam da reta final. Aumentou expectativa de vida dos brasileiros. Segundo o IBGE, o país tem cerca de 25 mil centenários e a vida média ultrapassou os 70 anos,
As más Os funcionários da coleta de lixo em Curitiba enfrentam impasse nas negociações salariais com a Cavo. Os empregados rejeitaram a proposta de 6% de aumento, reivindicam 15,67%.
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