O presidente Lula não desistiu de Requião. Hoje, em Brasília, ele conversa com petistas do Paraná para avaliar a possibilidade de reatar a aliança.
A responsabilidade pelo afastamento de Requião é atribuída, integralmente, à condução do PT no estado. Ou seja, o deputado André Vargas passou a ser o grande vilão dessa novela no auditório nacional do partido.
Vargas não está só. As correntes lideradas por Tadeu Veneri e Doutor Rosinha também preferem candidatura própria e tem seus planos particulares para o futuro do PT no Paraná.
Para o presidente Lula, o PT paranaense, a exemplo do catarinense, errou ao privilegiar seus projetos paroquiais em prejuízo do plano maior, cujo objetivo central é a reeleição do presidente.
A verdade é que Lula lidera a corrida presidencial em todas as pesquisas e com dianteira de 30 pontos porcentuais na frente do tucano Geraldo Alckmin, o segundo colocado. Sua rejeição caiu para 28%, enquanto a de Alckmin subiu para 34%.
Lula se considera um aliado em condições de ajuda mútua. Por isso não entende porque os peemedebistas do Sul não o apóiam, especialmente os do Paraná e de Santa Catarina, que foram seus aliados nas eleições anteriores. Ou, melhor, entende. E culpa os petistas nativos.
Lula precisa do PMDB. Não só para vencer as eleições, mas para estabelecer uma base política de apoio que lhe garanta governabilidade no próximo mandato. Nesse quadro, as pendengas provincianas não têm grande importância, a não ser quando levam ao rompimento.
O que ele teme é que os entendimentos entre os tucanos e Requião tenham avançado ao ponto em que não há retorno. Mas está disposto a negociar tudo, inclusive a desistência da candidatura de Flávio Arns, para reforçar seu time com o PMDB de Requião no Paraná.
Interpretação tucana Em arraiais tucanos, há quem diga que o senador Osmar Dias ainda diz que quer ser candidato porque na verdade não quer, mas espera boa justificativa para sair definitivamente do páreo. Já a rapaziada do PDT jura que ele volta à corrida no dia 20.
Fulos de raiva O PTB de Flávio Martinez, dos irmãos Simões e de Geraldo Serathiuk não engole a aliança do aliado PMDB com os tucanos. Trabalha para fazer valer o entendimento entre Lula e Requião. E chega a pensar em alternativa política para evitar achegos com os tucanos.
Feriado em Brasília O diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, que durante muito tempo foi apontado como provável vice de Requião num acordo do PMDB e o PT nativos, embarcou ontem para Brasília onde vai conversar sobre política e alianças no Paraná durante o feriado de Corpus Christi. Em tempo: Samek já não pode disputar a eleição.
No Sul, mais indefinição O pior desempenho de Lula continua sendo na Região Sul, onde tem 36% das intenções de voto contra 15% do tucano Geraldo Alckmin. Do total de entrevistados no Sul, 15% ainda dizem nunca ter ouvido falar de Alckmin.
Quebra-cabeças Os petistas da província comemoraram a última pesquisa que ampliou a dianteira de Lula na corrida presidencial. Mas ainda quebram a cabeça para encontrar a fórmula que possa transferir votos e prestígio de Lula para o senador Flávio Arns, candidato a governador.
Tarde demais A rapaziada do PFL esgotou a sua paciência e deflagrou o plano B. Cansado de esperar por Osmar Dias, do PDT, acertou-se com o PPS de Rubens Bueno, que segundo Durval Amaral é "garantia de campanha contra a reeleição de Requião".
Rapidinhas Os deputados, com um olho no jogo da Espanha versus Ucrânia, outro na agenda, aprovaram quatro mensagens do Executivo. Entre elas, uma suplementação orçamentária para reformar o Centro de Convenções de Curitiba, que depois da reforma também será sede da escolinha das terças.
Contra a maré O ex-governador Paulo Pimentel não entrou na turma que trabalha pela aliança do PMDB com os tucanos. Ele continua torcendo por Lula para presidente e Requião para governador. Por uma razão simples. Segundo ele, Requião não precisa dessa aliança para se eleger.
Depois dos planos Requião diz que só vai escolher o seu candidato a presidente da República depois de avaliar os planos de cada qual. Mas deixou o PMDB livre para definir com quem vai se aliar na República. Se depender do partido, aqui na terrinha, o escolhido será o tucano Geraldo Alckmin.
Farpa "O Requião quer eliminar todos os adversários viáveis antes de começar a campanha eleitoral para vencer por WO, mas não vai dar certo porque ele e os tucanos não dão liga", diz o deputado Durval Amaral.
Não ofende Há cientista político habilitado a explicar a queda da rejeição de Lula de 34% para 28%?
As boas O emprego industrial voltou a crescer em abril, comemoram os otimistas Houve alta de 0,5% em relação a março. Dados do IBGE.
As más O número de cheques devolvidos cresceu bastante: 5,8% neste mês em relação a maio. Para cada mil compensados, 23,7% eram sem fundos.