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Alguns políticos nativos fazem o que podem. Oscilam entre casamentos de conveniência e alianças de circunstância. É o vício.

Preocupados com a promiscuidade nos bastidores, o prefeito Beto Richa, o senador Osmar Dias e o deputado Gustavo Fruet aproveitaram encontro no aeroporto Affonso Pena, na quinta, para trocar informações e avaliar o quadro.

A curiosidade dos três se resume a uma pergunta: a quantas andam as negociações entre áreas do tucanato e o PMDB de Requião?

Nenhum deles tem informações definitivas, seguras, além do garimpado nas cocheiras daqui e de Brasília. No breu das incertezas, decidiram eles que o melhor será juntar todos os tucanos na mesma sala e abrir o jogo. De vez.

O encontro está marcado. Será em Brasília, na terça, com a presença garantida de todos os tucanos do alto clero. Além de Beto Richa e Gustavo Fruet, lá estarão Alvaro Dias, Hermas Brandão, Valdir Rossoni, Affonso Camargo, Luiz Carlos Hauly e outros menos votados.

Por enquanto, o quadro é este. Requião tenta a reeleição. Está em campanha. Viaja o estado, inaugura obras, discursa, amplia os programas de assistência social e se beneficia do cheque em branco que recebeu da Assembléia para mexer no orçamento.

Há a candidatura de Rubens Bueno, que neste momento procura assumir a condição emblemática do anti-Requião para se aproximar de todos os que sonham apear o PMDB do poder.

Também corre em leito próprio, a candidatura do senador Flávio Arns, do PT, que se mantém silenciosa, tímida, também pendente do quadro nacional.

Mas, convenhamos, o quadro só estará completo quando os tucanos definirem o que vão fazer da vida nesta área do planeta.

Hoje, eles se dividem entre pragmáticos que defendem aliança com Requião e os inconformados, que aguardam sinal dos irmãos Dias para empinar a candidatura própria da frente anti-Requião, que agregaria imediatamente o PFL. Na terça, talvez saibamos todos o que os tucanos do Paraná querem da vida.

Não convidado – Rubens Bueno, do PPS, cruzou com Beto Richa e Gustavo Fruet na quinta-feira, no Affonso Pena, mas não foi convidado para a reunião que os dois tiveram com Osmar Dias, realizada no aperto de um carro estacionado, para evitar curiosos.

Oh, Ferreirinha! – Em suas diatribes contra Requião, Rubens Bueno ressuscitou ontem o personagem Ferreirinha, da campanha de 1989. Acredita que algo do tipo poderá surgir contra ele. Ferreirinha é a criação política mais citada no Paraná nas últimas duas décadas. Mais do que a maioria dos políticos do período.

Diga lá, Rossoni – O presidente do PSDB nativo, Valdir Rossoni, que já se disse sufocado pelas pressões em favor de um acordo dos tucanos com Requião, disse ontem que continua brigando por candidatura própria. Até o fim.

A cota paranaense – Dos R$ 10 bilhões que serão alocados pelo Pronaf para a agricultura brasileira em crise, R$ 1,2 bilhão virá para o Paraná, informou Valter Bianchini, secretário nacional da Agricultura Familiar.

Frente feminina – Gleisi Hofmann, candidata a senadora pelo PT, e Julieta Reis, candidata a deputada pelo PSB, reuniram mulheres em chá no restaurante Porta Romana. A dupla desafia o universo feminino a votar em mulheres, pois os marmanjos já mostraram do que são capazes.

Comitê da reeleição – João Arruda, presidente do PMDB jovem, comemora a adesão de vinte prefeitos da região Norte do Paraná à reeleição de Requião. Arruda também defende a reeleição do presidente Lula.

Chamada geral – O secretário de Obras Públicas, Luís Dernizio Caron, que deixou o PPS para engajar-se no PMDB, será o coordenador da mobilização do partido que vai recadastrar voluntários para participar da campanha eleitoral.

Porta aberta – O prefeito Beto Richa, tucano considerado decisivo nas eleições deste ano, tem rasgado elogios ao governador Requião, que vem lhe concedendo recursos extraordinários para tocar obras em Curitiba.

Último desafio – Na segunda-feira, o plenário da Assembléia se transformará em Comissão Geral para acelerar a tramitação do pedido de autorização do governo para comprar a usina à gás de Araucária. É o último grande pedido do governo aos parlamentares.

Farpa – "O Requião representa o que há de velho, de ultrapassado, de autoritário e deformado na política paranaense", diz Rubens Bueno, do PPS.

Não ofende – A próxima terça-feira será a última data da indefinição no poleiro tucano?

As boas – A produção de álcool e açúcar no Paraná aponta para o crescimento de 30% na safra. A colheita prevista é de 32 milhões de toneladas.

As más – Pelo quarto dia consecutivo, agricultores bloquearam as estradas do Paraná para forçar soluções do governo para a crise no campo.

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