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A cena política, miúda no Centro Cívico depois da novela do nepotismo e seus lances de bufonaria, mudou-se ontem para a Fiep.

"O empresário tem de ser um ator político". A frase resume o debate no Congresso Paranaense da Indústria, que reuniu cerca de dois mil indignados industriais.

O tom dos palestrantes, empresários e lideranças do setor foi o do desconsolo e da repetição do argumento de que não dá mais: juros altos, tributação pornográfica, câmbio e dólar flutuantes.

Enfim, não há saída, dizem eles em coro. O Brasil corre o risco de desindustrialização. E, se os empresários não agirem, ninguém os ajudará.

Foi elaborado um documento. A primeira versão do texto inicia da seguinte maneira: "O Brasil precisa voltar a crescer. Mas o nosso desenvolvimento econômico e social só vai ocorrer quando pudermos contar com instituições políticas sérias, modernas, ágeis".

Os empresários, que gostam de dizer que são eles que movem o país não agüentam mais a classe política. Segundo nove de cada dez empresários presentes, não há, definitivamente, engov capaz de desopilar o fígado dos capitães de indústria.

Haja engov. E não são poucos a reclamar. Dois mil participantes. Destes, 70% empresários. Os 30% restantes incluem membros do governo, da universidade e da sociedade em geral.

O tema que mais despertou interesse, entre os painéis, foi gestão. "Afinal, é preciso gestão de primeira categoria para lutar contra a pesada carga tributária etc.", discursou Rocha Loures, o presidente da Fiep.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, marcou sua participação para a cerimônia de encerramento. A abertura contou com a presença de Orlando Pessuti. Ou seja, os políticos estão atentos para a reivindicação daqueles que, como eles mesmo se arvoram, podem mover o Brasil.

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Descompasso – O quadro pintado pelos empresários no Congresso das Indústrias é sombrio. Mostra queda no emprego industrial. Em fevereiro, as demissões superaram as admissões. No Paraná, a indústria madeireira demitiu cinco mil pessoas e o número, avisa o setor, pode quadruplicar caso o câmbio continue desfavorável.

Sem gasolina – A Câmara achou melhor restringir os gastos dos parlamentares com combustíveis. Limitou em 30% da cota atual. Com isso, os deputados ainda poderão gastar R$ 4.500 por mês com gasolina.

Tristeza de uns... – Foi rejeitada a aposentaria do deputado paranaense José Janene, do PP, acusado de envolvimento no esquema do "mensalão". A mesa decidiu ainda dar posse ao suplente de Janene, o deputado Nelton Friedrich, do PV, que não esconde a alegria.

Empregos – Em março, o Paraná gerou 10.035 empregos. Os destaques foram a indústria de transformação de alimentos, setor de administração de imóveis, agricultura e silvicultura e ensino que mais abriram postos de trabalho.

Gabeira na praça – O Partido Verde realiza hoje jantar no Madalosso, com a presença de Fernando Gabeira, para apresentar os pré-candidatos ao Senado, Assembléia e Câmara Federal No cardápio, frango a passarinho.

Homenagem – O deputado estadual Hermas Brandão recebe homenagem hoje na Câmara Municipal de Curitiba, por proposição do vereador Ney Leprevost.

Falta de segurança – O deputado Plauto Miró Guimarães pede seguranças para as escolas na região dos Campos Gerais. "Se Ponta Grossa recebesse mais 150 policiais e viaturas, a segurança poderia estar muito melhor", garante.

Pré-candidato – O précandidato ao governo pelo PL, Vitor Hugo Burko, que foi prefeito de Guarapuava, diz que sua plataforma será voltada para o interior, principalmente aos municípios mais pobres, que mais necessitam do governo UEG Araucária – Comissão de Fiscalização da Assembléia convocou o ex-presidente da Copel, Ingo Hübert, para explicar contratos da UEG Araucária. Também foram convocados representantes do MP e da Compagás.

Lei Edésio – O governador Requião confidenciou ao delegado Regional do Trabalho, Geraldo Serathiuk que o autor do projeto do salário mínimo regional foi o advogado trabalhista Edésio Passos. Serathiuk sugeriu a Requião que o nome do projeto seja Edésio Passos para ficar registrado na história.

Farpa – "A afirmação do presidente da Associação dos Municípios de que os recursos liberados para as prefeituras são curtos, soa como deboche, e é de estranhar que Luís Sorvos não seja tão ácido com o governador Requião quanto é com Lula", diz André Vargas, do PT.

Não ofende – A votação da lei antinepotismo será para valer ou apenas para inglês ver?

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As boas – A campanha nacional "Pirata, tô fora! Só uso original" foi apresentada a empresários durante o debate sobre Propriedade Intelectual, no Congresso Paranaense da Indústria.

As más – O país está fora do padrão em relação aos juros (o padrão é de 3% no mundo e 10% no Brasil) e ao crescimento econômico (padrão de 4% a 6% ao ano no mundo e de 2,5% no Brasil).

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