Geraldo Alckmin é um homem calmo, de fala mansa ao telefone, que não se impressiona facilmente com as circunstâncias.

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Diz ele que as pesquisas são essas que aí estão e não há o que discutir. A hora é outra, da engenharia. A prioridade é fazer aliados e influenciar lideranças que poderão dar sustentação à sua candidatura.

Ontem, em Londrina, ele teve um prova de suas potencialidades. Era esperado por políticos e lideranças das mais diversas extrações, convocados pelo tucano da terra, Luiz Carlos Hauly, de quem foi companheiro na Câmara.

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Além dos tucanos do Norte, lá estavam deputados do PP, do PFL e até do PMDB. Sinal de que Alckmin poderá consolidar, na prática, a ampla frente que se opõe à reeleição de Lula.

A engenharia política do médico Geraldo Alckmin não se faz em gabinete. Ele vai a campo. De Londrina, onde visitou a Feira Agropecuária, tinha rumo certo para Cuiabá, Rondonópolis, Goiânia, Brasília e mais uma extensa agenda que só será interrompida para as convenções.

Depois delas, a campanha direta, popular, que deve ser curta. No entendimento de Alckmin, é bom que não seja longa. Ele lembra da campanha do desarmamento. Longuíssima. Mas só na última etapa, quando a população prestou atenção, é que formou opinião e virou o jogo.

Mas nem só de conversa é esta fase. Alckmin está ouvindo idéias e incorporando algumas ao seu programa de governo. Um exemplo é a volta do seguro rural, o seguro da safra, para garantir a renda do produtor. Fez sucesso imediato na Feira.

Outra providência que prometeu aos agricultores é arrumar o câmbio, que ele diz que anda fora do ponto. Soou como música nos ouvidos dos produtores que andam cansados do dólar baixo deprimindo as exportações.

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No Paraná, começou bem. Firmou posição junto aos tucanos das duas bandas. Atraiu políticos de outras siglas. Agora, é esperar pelas novas pesquisas, pois só mesmo Geraldo Alckmin pode estar tão tranqüilo diante das últimas. Como ele mesmo diz, "quem brigou muito tempo para ver o fim da ditadura militar, está pronto para enfrentar qualquer adversidade".

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Tem de governar – O ministro Paulo Bernardo anunciou, ontem, duas medidas provisórias que somam R$ 26,2 bilhões e que libera investimentos do governo federal e das estatais. Justificativa simples: "O governo tem de governar, os investimentos são absolutamente essenciais".

Conversa confirmada – Geraldo Alckmin confirmou que estará em Brasília na terça, depois do meio-dia, e encontrará com o prefeito Beto Richa e o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni.

Feira dos tucanos – Além do organizador Luiz Carlos Hauly, seguiram para Londrina os tucanos Alvaro Dias, que cancelou cirurgia no joelho para acompanhar a visita de Geraldo Alckmin a Londrina. Com ele, Affonso Camargo e Gustavo Fruet.

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Turma do PFL – Gente do PFL liderada por Abelardo Lupion e Durval Amaral, e do PP de Ricardo Barros e Cida Borghetti. Conversaram com o presidenciável entre o aeroporto e a Feira.

Campanha curta – Os deputados Litro, José Maria Ferreira, Cida Borghetti e o ex-deputado Antônio Carlos Baratter, ouviram de Alckmin que a eleição presidencial deste ano será muito diferente da anterior. "Serão poucos candidatos e a campanha será mais curta e menos opulenta".

Retífica – A assessoria de Osmar Dias explica que na Rua da Glória funciona a sede do PDT em Curitiba. Dentro da sede trabalhava um pessoal na elaboração do programa de governo. O que acabou foi a primeira fase do programa, a de diagnóstico do Paraná. Logo, garante, virá a segunda fase de elaboração do programa, no mesmo lugar.

Bornhausen na praça – Cacique do PFL, Jorge Bornhausen desembarca na segunda-feira em Curitiba. Vem pregar na reunião no diretório estadual do PFL nativo, a tríplice aliança entre PFL, PSDB e PMDB.

Na cerca – O vereador Mário Celso, que não é do PFL e sim do PSDB, não nega que seja amigo e admirador do governador Requião. E não abre.

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Farpa – "Foi a decisão mais lógica que poderia se esperar, só o governo tinha outra expectativa", diz Valdir Rossoni, sobre a decisão do STF de autorizar o embarque de transgênicos pelos portos do Paraná.

Não ofende – E os tucanos adeptos da aliança com o PMDB não foram a Londrina?As boas – A Polícia Rodoviária realiza, até a meia-noite de domingo, a Operação Semana Santa nas rodovias federais de todo o país. Mobiliza nove mil policiais em 60 mil km da malha rodoviária federal.

As más – Medo da gripe aviária derrubou exportações brasileiras de frango. O país, que exportava em média 250 mil toneladas de frango por mês, vendeu apenas 200 mil toneladas no mês passado.