A arrastada votação do ajuste fiscal promovido pelo governo federal deixa claro: há deputado que vota de um jeito se é governo e de outro se é oposição. Em 16 anos, por exemplo, quem era contra o fator previdenciário ficou a favor e quem era a favor ficou contra. É o caso do deputado estadual paranaense Luiz Carlos Hauly (PSDB, foto). Em 6 de outubro de 1999, durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Hauly integrou a lista dos 301 votos favoráveis ao fator previdenciário. Já nesta quarta-feira (13), no início do segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), Hauly, agora na oposição, votou pela flexibilização do fator.
A explicação
Foram tantas pancadas de ontem [quinta] para hoje [sexta]. Todo mundo me crucificando. Então, por que eu vou pagar um preço por uma coisa que eu acho errada?
“Nós não temos de dar explicação para ninguém do voto que demos. Somos contra o governo, queremos este governo fora”, justificou-se o tucano, que emendou: “O PT, quando chegou ao governo, em 2003, prometeu acabar com o fator previdenciário. Nós pagamos caro por isso. Uma coisa era o governo do Fernando Henrique, que tinha suas metas, seus projetos, seus ministros. Outra é o governo do PT. Agora é outra circunstância, outro tempo”.
Visitinha básica
Os sindicatos ligados ao funcionalismo do Paraná devem fazer uma visita aos deputados estaduais a partir deste fim de semana. Aproveitando que os parlamentares normalmente passam o fim de semana no interior, em suas “bases”, os núcleos da APP, o sindicato dos professores, devem preparar um material de convencimento e levar aos parlamentares.
Sem protestos
No documentos, os professores e demais funcionários públicos argumentam que os 5% oferecidos como reajuste pelo governo não repõem nem mesmo a inflação. E dizem que o governo, só com aumento de ICMS e IPVA, arrecada R$ 1,5 bilhão a mais em 2015. Com a reforma da previdência, ganhou mais R$ 125 milhões por mês. Pelos cálculos dos funcionários, só com o dinheiro da previdência, já dá para repor a inflação. As visitas aos deputados, nessa fase, serão apenas para conversa. Os protestos, dizem os professores, só virão se o governo não retomar as negociações e colocar o projeto para votar na forma atual.
Ataque mineiro
Ao assinar acordo com trabalhadores da educação de Minas Gerais para o pagamento do piso nacional até 2017, nesta sexta-feira (15), o governador Fernando Pimentel (PT) aproveitou para criticar o governador Beto Richa (PSDB). Ele classificou de “espetáculos lamentáveis” a repressão a protestos da categoria em outros estados – uma referência indireta à gestão do tucano. “Ao contrário de outros estados, onde nós estamos assistindo até espetáculos lamentáveis de agressão aos professores, em Minas nós construímos o diálogo, o consenso”, disse.
Amiga de Lula denunciada
A ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha foi denunciada pelo MPF por improbidade administrativa em irregularidades apuradas na Operação Porto Seguro, deflagrada em novembro de 2012. Ela já é alvo de uma ação criminal por corrupção passiva, tráfico de influência e falsidade ideológica. Na denúncia de 30 de abril, são listados os favores recebidos por ela para fazer indicações de nomeações e marcar reuniões para o ex-diretor da Agência Nacional de Águas Paulo Vieira.
Colaboraram: Carlos Eduardo Vicelli, Fernando Martins e Rogerio Waldrigues Galindo.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares