Tendências
Educação nerd 1
Ao incluir em seu plano diretor iniciativas para criar um ambiente inovador em Curitiba, a prefeitura tomou uma decisão ousada e inteligente. Entretanto, há uma ponta solta que pode desestabilizar o plano. É preciso trabalhar fortemente numa educação voltada para a inovação desde o ensino básico. Lógica de programação, jogos matemáticos, exercícios criativos. Sem uma "educação nerd" já nos primeiros anos da infância, dificilmente a cidade irá desenvolver o seu potencial criativo. Inovar começa com pensar bem. E pensar bem começa na escola.
Educação nerd 2
Se a prefeitura de Curitiba decidir por uma mudança na cultura educacional será inevitável encontrar resistências de todo o tipo. É sempre mais confortável fazer as coisas do jeito de sempre. Para incluir novas abordagens será necessário um esforço de convencimento, que certamente sairá vitorioso pelos resultados que as novas abordagens irão provocar.
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A essa altura é difícil que alguém não conheça o desafio do balde de gelo uma campanha estruturada em forma de pirâmide, cujo objetivo é recolher fundos para pesquisas para a cura da Esclerose Lateral Amiotrófica. A campanha está no ar desde 15 de julho, mas se tornou viral após personalidades famosas, como Mark Zuckerberg e Bill Gates, participarem da "brincadeira", que consiste em jogar sobre si um balde com água gelada, doar US$ 100,00 e desafiar outras três pessoas a fazer o mesmo. A epidemia social do balde de gelo mostra o poder das conexões pessoais e a capacidade de influenciar comportamentos, algo extremamente útil para todos aqueles que possuem o ambicioso objetivo de transformar a sociedade.
A arrecadação de fundos nos Estados Unidos para pesquisas relacionadas à Esclerose Lateral Amiotrófica até o momento chegou a US$ 31,5 milhões. Nas últimas semanas pessoas de todo o mundo, incluindo famosos brasileiros, aderiram à campanha, a gravaram vídeos e a publicaram-nos no Youtube. Parte delas doou dinheiro para instituições de pesquisa de seus respectivos países.
Contágio de comportamentos não é algo novo. Autores como Nicholas Christakis e Malcolm Gladwell lembram em seus livros da epidemia de riso que aconteceu em 1962 na Tanzânia contagiando 217 pessoas em poucas semanas. Em o Poder das Conexões, Christakis vai mais longe ao afirmar que a capacidade de influenciar comportamentos e hábitos é intensa em até "três graus de separação". Por exemplo, se você tem amigos gordos, há a grandes chances de você ser gordo. Porém, se eles não forem gordos, mas os amigos deles forem, há igualmente grandes possibilidades de você ser gordo.
Emoções, sentimentos e hábitos são replicáveis entre os seres humanos. Podem passar e saltar de cérebro a cérebro pelo simples contato presencial. Podem também usar atalhos eficientes como a internet e as redes sociais.
Boas intenções, simpatia a causas nobres, modismo, inclinação a reproduzir comportamentos da multidão. Tudo isso certamente faz parte da explicação da epidemia dos baldes de gelo, embora nenhum desses componentes consigam elucidar o funcionamento de contágios comportamentais. As pesquisas na área ainda são incipientes. Os "três graus de influência" dão uma pista importante para os desenvolvedores sociais que ousam planejar o futuro.
Uma abordagem que leve em conta os "três graus de influência" certamente vai considerar que as mudanças têm maior potencial de se tornarem efetivas quando o maior número de atores relevantes é envolvido. Isso permite que mensagens e comportamentos cheguem a outras pessoas com a menor distância possível, facilitando a aceitação da mudança.
Se o objetivo for, por exemplo, desenvolver uma comunidade a partir das premissas da transparência pública, da ampla participação dos cidadãos junto a governos e do empreendedorismo inovador, a solução é mobilizar muitas organizações e pessoas que estejam conectadas em redes amplas de relacionamento. Para atingir esse objetivo, será eficaz congregar entes públicos, entidades de classe, associações do setor produtivo, organizações não governamentais, pequenos empreendedores da nova economia. As redes têm vida própria mas é a natureza daqueles que as compõem que determina o mundo que elas vão criar.
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