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As últimas semanas têm sido bastante movimentadas em Brasília. Na quinta-feira, ocorreu a terceira baixa do ministério de Dilma Rousseff. Nelson Jobim, Alfredo Nascimento e Antonio Palocci – cada um ao seu modo e com intensidades diferentes – estavam corroendo o Planalto. O recesso acalmou um pouco os ânimos no Congresso, mas até mesmo a base aliada se mostra revoltada com algumas atitudes da presidente Dilma. E a variedade e a fartura das denúncias de corrupção fazem a oposição lamber os dedos.

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Esse tipo de conflito passou longe do Palácio das Araucárias. Na verdade, muitas coisas passaram longe da gestão de Beto Richa (PSDB) neste primeiro semestre. Foi um início de governo meio morno, sem grandes acontecimentos. Pode até ser um avanço em relação ao que tínhamos com Roberto Requião (PMDB), que estava sempre criando caso em seus discursos ou atitudes, para o bem e para o mal. Mas a calmaria não é sinônimo de bem-aventurança.

Tanto no Planalto Central como aqui nos pinheirais o balanço do semestre não é muito bom. Claro que Dilma está apanhan­do mais, tendo de apagar dezenas de incêndios – principalmente com aqueles ditos aliados. Beto Richa navega em águas mais tranquilas, mas esse marasmo não ajuda o Paraná.

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Durante a campanha eleitoral este tema foi bastante debatido: o estado precisa de uma forte liderança para conquistar um espaço mais privilegiado na divisão do bolo da União. Somos a quinta maior economia do país, temos a sexta maior população, mas, considerando todos os recursos federais que recebemos, ficamos em 26.º lugar, apenas na frente de São Paulo.

Não é novidade nenhuma a falta que um estadista nos faz. Então, não dá para ficar esperando para agir. Há quase 30 anos o Paraná espera por um governador que vá além do arroz com feijão, que vá além da construção de algumas rodovias, que vá além da nomeação de parentes ou de aliados sem qualificação.

Os modelos a serem seguidos, segundo vários especialistas, são Bento Munhoz da Rocha Netto (1951-1955) e Ney Braga (1961-1965 e 1979-1982). Eles foram os responsáveis pela criação das principais instituições do Pa­­­raná: a Biblioteca Pública, o Tea­­tro Guaíra, a Copel, a Sanepar e a finada Telepar, entre tantas outras realizações.

É claro que, atualmente, nenhum político vai repetir um feito desses. Mas há outras coisas que podem ser copiadas. Por exemplo: a equipe de secretários estaduais na segunda gestão de Ney Braga ainda é lembrada por sua competência. O que ela tinha de diferente? Além de qualificados, os secretários eram de fora do mundo político.

Richa não seguiu esse caminho. Nomeou a mulher, Fer­­nanda Richa, e o irmão, José Richa Filho, o Pepe, para o secretariado. Não há nada de ilegal nisso. Mas repercutiu mal, porque Richa sempre criticava Re­­quião, um grande nomeador-geral de familiares.

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Há coisas que demandam tempo para acontecer, e, nesses casos, os governantes podem contar com a paciência alheia. Mas a definição de nomes para o ministério ou para o secretariado, por exemplo, é uma ação imediata. São eles que vão ajudar o governante eleito a colocar em prática as políticas públicas do país e do estado. Por isso não dá para aceitar equívoco atrás de equívoco.

Precisamos muito de um estadista que conduza o Brasil para ser aquela potência que há tempos promete se tornar. Que não se paute por interesses partidários, nomeie técnicos qualificados para postos-chave e que coloque em prática projetos para o bem-estar da sociedade. O mesmo vale para o Paraná. E, até pela proximidade, é o que mais interessa.

Todo sábado...

... pretendo trazer um tema relacionado a políticas públicas. Ou em outras palavras: as ações e projetos que nossos governantes precisam fazer para que os consideremos verdadeiros líderes.

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