Transporte de massa
Uma maneira eficaz de reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera é investir no sistema público de transporte:
(Índice de emissões de CO2 por passageiro por quilômetro)
Metrô - 1Ônibus - 4,6Motocicleta - 20,3Automóvel - 36,1
Fonte: Ipea
Abastecer o carro com gasolina ou etanol dói no bolso, por isso é tentadora a proposta de usar um carro elétrico. Segundo a empresa de energia AES São Paulo, para cada 10 mil quilômetros rodados, o gasto total para abastecer com gasolina chega a R$ 2.291,66, enquanto a conta com energia elétrica fica em R$ 537,15 uma diferença de 76,56%.
Além disso, o carro elétrico reduz de forma drástica a emissão de gás carbônico na atmosfera, em comparação com motores movidos a gasolina. A partir daí surgem outras questões. Por exemplo: o carro elétrico só será considerado sustentável se a fonte da energia for considerada "limpa". No Brasil, onde há a prevalência de hidrelétricas, que não são poluentes, a situação é promissora. Mesmo assim, dizem os especialistas, é preciso levar o impacto ambiental causado pela construção dessas usinas.
A questão é que não conseguimos avançar muito nessas discussões, já que aqui no Brasil o carro elétrico é um bem restrito a quem tem muito dinheiro. Ao contrário de outros países, não temos por aqui benefícios fiscais para esses produtos, e sobre eles incidem 25% de Imposto sobre Produto Industrializado (IPI). Se o modelo for importado, há ainda 35% de alíquota de Tarifa Externa Comum (TEC), mas o total de tributos pode até ultrapassar 120% do valor do carro. Em um carro com motor 1.0, por exemplo, o IPI é de apenas 7%.
A partir do ano que vem, a Toyota vai comercializar o modelo Prius, um carro híbrido, que funciona com eletricidade e gasolina. O preço inicial deve girar em torno de R$ 120 mil. Reportagem do caderno de Automóveis da Gazeta do Povo desta semana informa que, nos Estados Unidos, o mesmo modelo parte de um custo de US$ 24 mil, equivalente a R$ 49 mil. O presidente da Renault no Brasil, Olivier Murguet, disse recentemente ao jornal Valor Econômico que o carro elétrico vendido pela montadora na França, o Twizy, custa 7 mil euros (R$ 19 mil), mas que se fosse vendido no Brasil não sairia por menos de R$ 100 mil. Ele afirmou que, se houvesse algum benefício fiscal, a Renault poderia vender carros híbridos e elétricos no Brasil "de um dia para outro".
Na verdade há sinais de que o governo federal está estudando um programa com benefícios para carros elétricos, mas isso vai deve levar um tempo para sair do papel, já que a maioria das montadoras instaladas no Brasil está satisfeita com a situação atual.
No transporte público de Curitiba, por outro lado, os motores híbridos começam a fazer parte da paisagem. Atualmente há quatro linhas servidas pelo ônibus híbrido, que funciona com energia e biodiesel. Segundo a prefeitura, há 20 veículos, produzidos pela Volvo, que apresentam redução em até 89% de poluentes em relação à frota tradicional.
Geladeiras
O fato é que o governo federal vem falhado em muitos aspectos em relação à eficiência energética e à sustentabilidade. As distribuidoras de energia elétrica, por exemplo, precisam destinar 0,5% da receita operacional líquida em programas que resultem na economia de energia. Em 2010, uma lei assinada pelo ex-presidente Lula determinou que do total de recursos destinados a esses programas, 60% deveriam ser usados em ações para favorecer as famílias de baixa renda.
Sabem o que isso significa? Dá-lhe geladeiras para as famílias de baixa renda. Geralmente essas pessoas têm refrigeradores antigos, que consomem muita energia, e por isso a troca é considerada uma ação de eficiência energética. Mas a medida se confunde com o puro assistencialismo, pois não exige nenhuma contrapartida das famílias. Isso até gera preocupação em líderes comunitários. Há pessoas que vendem a geladeira para comprar drogas ou mesmo coisas úteis.
O governo pode criar programas para auxiliar as famílias pobres a comprarem eletrodomésticos com baixo consumo de energia. Mas isso precisa ser planejado como um programa social, não de eficiência. O impacto dessa ação na economia de energia é muito pequeno, pois o consumo das famílias pobres representa apenas 2% do total, segundo dados do Centro de Excelência em Eficiência Energética (Excen), em Minas Gerais.
Eficiência, aliás, é algo que está em falta no poder público brasileiro.
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