Situação: presidente interino assume, prometendo ajuste nas contas públicas. Ministro da Fazenda diz que situação é grave e que é preciso controle dos gastos públicos e provavelmente novos impostos. Diz que as medidas duras serão aprovadas pelos parlamentares.

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Piada: deputados federais aprovam reajuste para diversas categorias, com impacto nas contas públicas de R$ 56 bilhões até 2019. Foi aprovado novo teto salarial, de R$ 39,3 mil. Os parlamentares recebem esse teto salarial. Dizem os deputados que há previsão orçamentária para isso. Corre por aí que cidadãos serão convidados a fazer o mesmo: quem tem dívida de R$ 50 mil, por exemplo, pode ir num cartório e assinar um documento em que diz que a dívida do ano ficará em R$ 80 mil. Pode levar esse documento numa concessionária e comprar um carro. Se o vendedor perguntar como pagará, o cidadão responde: “não sei, mas há previsão orçamentária para isso”.

Piada 2: segundo reportagem da Folha de S. Paulo, nos bastidores corre o argumento que o fortalecimento político do presidente interino com o funcionalismo, principalmente com suas cúpulas, compensa o desfalque bilionário nos cofres públicos. É uma nova moeda do governo federal: na conversão, puxar o saco da cúpula dos Poderes = R$ 56 bilhões.

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Dúvida: o governo interino vai convocar a população para pagar mais impostos para remunerar servidores que já ganham um bom salário? O Ministério da Saúde precisa mesmo se contentar com um orçamento reduzido, dada a generosidade do governo interino?

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Situação: senador experiente, com passagens pelo PSDB e PT, depois de flagrado em conversas comprometedoras, faz delação que atinge vários políticos. Entre eles, um senador mineiro do PSDB. O procurador-geral da República pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito contra o tucano.

Piada: a relatoria do pedido de inquérito cai nas mãos de ministro aliado dos tucanos. O ministro recebe em seu gabinete advogados do cacique do PSDB, dizendo que a delação não tem nada de novo. O ministro, muito solícito, explica a situação ao procurador. “Senhor procurador, olha só, a defesa do senador diz que não há nada demais, tem certeza de que precisamos abrir um inquérito contra o amig..., ops, senador?”

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Resposta: “Não se mete”. É mais ou menos essa a tradução do juridiquês usado pelo procurador: cabe “ao órgão judicial o controle da legalidade dos atos de colheita de elementos de prova, mas sem interferência na formação da opinio delicti”.

Dúvida: no fim de 2005, surgiu a lista de Furnas, com o nome de políticos que teriam recebido dinheiro desviado da estatal. Na época, o senador que já passou por PSDB e PT falou que a lista era falsa. Agora, querendo perdão judicial para seus pecados, delatou que o papel que circulou era forjado, mas que de fato políticos foram beneficiados com dinheiro desviado. O STF vai investigar o caso ou não?

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Situação: Ministro do governo interino se compromete a manter no comando do IBGE uma economista que estava há cinco anos no cargo, e nomeou outro para presidir o Ipea – ambos servidores de carreira dos respectivos órgãos. Mas conversas comprometedoras, em que se sugere uma espécie de pacto para barrar a Operação Lava Jato, derrubam o ministro.

Piada: Depois da queda do ministro, o governo interino tirou a funcionária de carreira do comando IBGE e em seu lugar colocou um economista, dono de uma consultoria privada, que tem como lema “Refletir com antecedência e prever com alto grau de acerto é o negócio da RC Consultores”. A partir de agora, o alto grau de acerto deve ser ainda mais alto. No Ipea, a troca do funcionário de carreira que assumiu há 15 dias por outro, de fora do órgão, também foi vista como piada de mau gosto.

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Dúvida: o governo interino quer ser levado a sério, mas se leva a sério? Ou está aí para agradar amigos do rei?