Estar eternamente em obras. Esse parece ser o destino do Palácio das Araucárias o antigo prédio inacabado do Fórum que hoje é a nova sede do governo paranaense, enquanto o Palácio Iguaçu estiver em reforma. Dois meses após a ocupação do prédio, vidros das janelas do edifício acabam de ser trocados. Segundo a assessoria de imprensa da Casa Civil do governo paranaense, 138 peças tiveram que ser substituídas porque apresentavam defeito já antes da entrega do prédio.
A Temparaito Vidros, empresa responsável pela troca das peças, não confirma o motivo da substituição. "Esses vidros foram trocados porque quebraram devido a impacto de andaimes e balancins usados por outra empresa para instalar painéis de ACM (revestimento que imita aço escovado). Não havia nenhum vidro com deformações ou outros problemas", garante o gerente da empresa, César Augusto Brandt.
Embora não tenha sabido informar a quantidade de vidros trocados, a Construtora Thá que realizou a obra do Palácio também garante que o número foi bem inferior ao informado pela Casa Civil. Segundo a assessoria de imprensa da construtora, as peças substituídas não chegam a cem. A empresa ainda informou que os gastos com a compra e instalação dos novos vidros ficaram por conta da construtora, que fez outras pequenas reformas no prédio nos últimos meses.
Alguns desses reparos estavam previstos na vistoria de conclusão da obra, feita pela Thá antes da ocupação do edifício. O engenheiro civil Araribá Furtado Silva afirma que vistorias desse tipo fazem parte do procedimento cotidiano das construções. "É normal que alguns problemas só surjam após a finalização da obra e entrega do prédio. São os chamados vícios de construção. A legislação determina que os problemas que ocorrerem em até seis meses após o fim da obra devem ser reparados pela construtora responsável. Mas isso apenas quando eles não são causados por mau uso das instalações", comenta.
A construção do prédio, que originalmente abrigaria o Fórum de Curitiba, passou 20 anos parada. Em 2004, o esqueleto do edifício começou a ser transformado na nova sede do governo do Paraná. Foram três anos, R$ 29,5 milhões investidos e algumas polêmicas até a entrega do Palácio.
O caso das divisórias é um dos mais lembrados. No dia 1.º de janeiro, durante a cerimônia de posse, o governador Roberto Requião reclamou da instalação de divisórias no prédio e exigiu a retirada imediata do que chamou de "cubículo de coelho". O episódio fez surgir o apelido "Palácio das Divisórias" para a nova casa do poder paranaense e causou mal -estar entre o governador e o então secretário de obras especiais, Luiz Caron.
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