Curitiba teve a segunda maior manifestação no país pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, neste domingo (16).De acordo com dados da Polícia Militar, cerca de 60 mil pessoas foram às ruas no centro da capital paranaense. Além de exigirem o afastamento da presidente, as reivindicações mais ouvidas foram pelo fim da corrupção, pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por respeito ao juiz federal Sergio Moro, ovacionado como herói pelos manifestantes. Apenas São Paulo (350 mil) reuniu mais pessoas no ato contra o governo. Goiânia chegou a ser anunciada à frente de Curitiba, mas a PM local baixou consideravelmente a estimativa apontada pelos organizadores – caiu de 70 mil para 10 mil. No comparativo com as manifestações anteriores, a deste domingo teve menos gente que a mobilização de 15 de março (80 mil adesões) e mais que a de 12 de abril (40 mil). Todos os cálculos são da PM.
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A concentração para o ato ocorreu na Praça Santos Andrade, de onde a passeata partiu por volta das 14h45. De lá, os três carros de som que lideravam o protesto partiram em direção à Boca Maldita. Chegando ao local a multidão se aglomerou no trecho que ia desde a frente do Edifício Garcez até a esquina da Rua XV de Novembro com a Rua Marechal Floriano Peixoto.
O clima do ato repetiu as edições anteriores. Apitos, buzinas e camisetas da seleção brasileira davam ao Centro a aparência de Copa do Mundo. Muitas famílias, inclusive crianças de colo e idosos compareceram. “Dilma Rousseff, Lula e o PT são a própria crise. Com eles no poder não é possível mudar nada. Tudo que está acontecendo agora é de responsabilidade deles”, afirmou o professor João Martinho Meira.
Moro
Sergio Moro, o juiz responsável pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, não esteve presente no protesto, mas seu nome foi o mais aclamado. Além das constantes pedidos por palmas para o magistrado por parte dos organizadores do ato, vários manifestantes traziam cartazes e faixas com mensagens de apoio. Foi o caso da engenheira Cyntia Mara Moreira Batista, que trouxe à manifestação os pais, irmãos e cunhados. “Estamos aqui principalmente pelo Sergio Moro, pelo Ministério Público e pela Justiça de forma geral. É disso que a gente precisa hoje, moralidade para o país”.
O procurador geral da República, Rodrigo Janot, também foi citado em alguns momentos do ato, mas não recebeu o mesmo apoio por parte dos manifestantes. “Temos que pressionar o procurador geral Rodrigo Janot para que ele cumpra o seu dever e revele se está do lado do povo ou do PT”, dizia ao microfone um dos líderes do Movimento Brasil Livre, condutor de um dos carros de som. Outros grupos identificados que marcaram presença foram a frente apartidária Curitiba Contra a Corrupção, o movimento Laços de Apoio ao Brasil e o Movimento Federalista.
Drone mostra manifestação contra o governo que pôs 60 mil na rua em Curitiba
Policiamento
A movimentação de policiais militares no centro da capital foi intenso, mas o esquema de segurança foi montado apenas para acompanhar o protesto e prevenir crimes comuns, como roubos e furtos, conforme informou o major Alex Breunig, à frente da operação. Embora não haja registro de confronto entre polícia e manifestantes, a corporação deixou a postos motocicletas, viaturas, um helicóptero e o batalhão de choque. Houve, no entanto, duas pessoas feridas, que alegaram ter sido agredidos por terem se posicionado contra a pauta das manifestações. Um deles vestia uma camisa com o retrato de Che Guevara.