• Carregando...
Richa discursa na Assembleia: diálogo em vez de “autoritarismo” e “arrogância” da gestão passada | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Richa discursa na Assembleia: diálogo em vez de “autoritarismo” e “arrogância” da gestão passada| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
 |

Deputados

Discurso de Rossoni é recebido com frieza pelos colegas

Na sessão solene de abertura da Assembleia, o presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), disse que vai manter a reformulação que tem promovido no Legislativo. Em seu discurso, ele lembrou que há um ano a Casa precisou ser tomada pela Polícia Militar para que ele pudesse tomar posse. Agradeceu aos colegas pelo apoio nas mudanças, mas ouviu poucos aplausos em retribuição – evidenciando o clima ruim entre ele e os colegas após o corte dos 14º e 15º salários dos parlamentares, em dezembro. No fim do ano passado, houve até um movimento entre os deputados para desengavetar o projeto que proíbe a reeleição da mesa, o que seria uma tentativa de evitar que o tucano continue no comando da Casa, na eleição interna de 2013. Questionado a respeito, Rossoni disse que pleitear o fim da reeleição é um direito dos colegas. (SM)

Realizações

Confira os números de 2011 apresentados pelo governador Beto Richa em seu discurso na Assembeia:

- R$ 9 bilhões em novos investimentos da iniciativa privada.

- Economia de 20% das despesas correntes ao longo do ano.

- R$ 830 milhões para melhoria e conservação de estados.

- R$ 72 milhões para contratação de 30 patrulhas rodoviárias para adequação de estradas rurais.

- R$ 1 bilhão para os portos de Paranaguá e Antonina para duplicar a capacidade de operação.

- R$ 58 milhões de recursos para transporte escolar, em vez dos R$ 27 milhões em anos anteriores.

- R$ 126 milhões para a reforma de mais de 500 escolas.

- Reajuste de 13% para os professores em 2011.

- Aumento de 148% dos recursos destinados à merenda escolar que passaram de R$ 36 milhões, em 2010, para R$ 91 milhões.

- R$ 340 milhões a mais no orçamento da saúde deste ano.

- Redução do índice de homicídios em 8% em Curitiba e em 5,8% no estado inteiro.

- Diminuição do número de presos em delegacias e cadeias de 16,4 mil para menos de 12 mil.

O governador Beto Richa (PSDB) abriu ontem o ano legislativo da Assembleia do Paraná com um discurso no qual procurou mostrar que sua administração já supera a gestão que o antecedeu, dos ex-governadores Roberto Requião e Orlando Pessuti, ambos do PMDB. Richa fez um balanço de seu primeiro ano de mandato elencando números e, por vezes, comparando-os com os dados do último ano da gestão anterior – com resultados sempre favoráveis ao governo tucano (veja quadro). E deu "alfinetadas" em Requião, mesmo sem citá-lo nominalmente.

No discurso, porém, a estatística de empregos criados utilizou um período de apenas 11 meses de 2011, de janeiro a novembro, o que favoreceu a atual administração. Com dezembro incluído, 2010 – último ano da gestão peemedebista – teve mais postos de trabalho criados.

No discurso, Richa afirmou que foram "gerados 157 mil empregos com carteira assinada no ano passado, sendo 100 mil no interior" – o que seria um "recorde histórico". Os números, porém, não levaram em conta a queda significativa na geração de empregos em de­­zembro o que tornou o desempenho do estado pior do que o do ano anterior. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempre­­gados (Caged), divulgados na semana passada pelo Ministério do Trabalho, o estado gerou 123.916 empregos com carteira assinada em 2011 – um desempenho 20% pior do que as 153.805 vagas do ano anterior.

Procurada pela reportagem, a assessoria do governador informou que houve um lapso na revisão dos números do discurso, que acabou sendo lido pelo governador com dados desatualizados. Ainda segundo a assessoria, não houve "má intenção" em exibir os números para favorecer o governador.

Durante o discurso, Beto Richa ainda fez questão de destacar outras ações na área de geração de empregos. Disse que o programa Paraná Competitivo atraiu em um ano mais de R$ 9 bilhões de investimentos da iniciativa privada ao estado.

Autoritarismo e arrogância

Mesmo sem citar nominalmente o ex-governador Roberto Re­­quião, Beto Richa o alfinetou ao apontar como principal marca de sua gestão o diálogo em contraposição ao "autoritarismo" e à "arrogância" da gestão passada. A atração de indústrias seria uma prova disso.

Richa voltou ainda a dizer que o primeiro ano de mandato exigiu um "ajuste de contas doloroso, mas necessário para recompor a capacidade de investimento" do estado. O governador concluiu dizendo que, se não houve "uma revolução política no estado como alguns esperavam, há uma transformação gradual ocorrendo na administração estadual".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]