• Carregando...
Confira um balanço dos seis meses de Beto Richa no governo |
Confira um balanço dos seis meses de Beto Richa no governo| Foto:

Investimentos

Perspectivas são boas

As reclamações da gestão Beto Richa (PSDB) sobre a "herança maldita" deixada pelos governos Roberto Requião e Orlando Pessuti e a falta de programas de impacto devem dar lugar a uma agenda mais positiva nos próximos meses. O caixa será reforçado com a entrada de R$ 500 milhões do Banco do Brasil, em troca da continuação da operação da folha de pagamento do funcionalismo estadual, que já é feito pela instituição desde 2006. A Secretaria de Estado da Fazenda informou que ainda está negociando com a instituição a forma de pagamento, que poderá ser parcelada.

Mas a gestão de Richa não conta apenas com dinheiro próprio para realizar obras e projetos. Na terça-feira, o secretário estadual de Planejamento, Cassio Taniguchi, anunciou que a infraestrutura do estado deve receber R$ 3 bilhões nos próximos anos, por meio de financiamentos em bancos de fomento e parcerias público-privadas.

A governabilidade também deve ser facilitada pela adesão dos deputados estaduais do PMDB. Na terça-feira passada, dos 12 peemedebistas da bancada, 3 se abstiveram e 9 votaram a favor da criação das supersecretarias da Família e da Infraestrutura, comandadas por Fernanda Richa e José Pepe Richa Filho, mulher e irmão do governador. A manutenção desse apoio, entretanto, depende das negociações das alianças e candidaturas para a prefeitura de Curitiba, em 2012. O governador teria preferência pela candidatura à reeleição de Luciano Ducci (PSB). O tucano Gustavo Fruet também é pré-candidato a prefeito e o PMDB sonha em tê-lo novamente em suas fileiras. A decisão do PSDB de apoiar Ducci ou referendar a candidatura de Fruet vai movimentar as peças no tabuleiro político estadual.

É hora de agir, mas ritmo de tucanos é diferente, dizem especialistas

O início de uma agenda positiva de governo para as próximas semanas é necessário porque o eleitorado se cansa de um governante que só reclama do antecessor. "Já se passaram seis meses e o governo ficou pautado pela reclamação. Mas ninguém quer um governante que fique só se lamentando do anterior", observa Fabricio Tomio, professor de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Leia a matéria completa

A moratória do governo estadual terminou em abril, mas a gestão de Beto Richa (PSDB) está começando a engrenar somente agora. As licitações, que ficaram quase congeladas nos primeiros meses do ano, retornaram com força nas quatro últimas semanas. O corte nas despesas e a postergação de dívidas contribuíram para que o caixa ficasse positivo em valor recorde. Outro fator que deve facilitar as iniciativas da atual gestão é o apoio maciço da Assembleia – exemplo disso é a criação de duas supersecretarias estaduais, aprovada pelos deputados estaduais na semana passada pelo placar elástico de 38 votos a 6.

O ritmo das compras públicas mostra bem como está o andamento do governo. Somando as quatro modalidades mais utilizadas (concorrência, convite, pregão eletrônico e pregão presencial), a gestão de Beto Richa fez 380 aquisições no período de 1.º de janeiro a 15 de junho. Foram exatamente 500 compras a menos do que o realizado no mesmo período de 2010. A queda brusca, de 57%, foi influenciada pelo ritmo acelerado típico dos anos eleitorais. Mas, comparando 2011 com 2009, também houve uma redução significativa, de 40%.

Até a data pesquisada, 15 de junho, não houve nenhuma licitação de maior vulto, como de obras ou construções públicas. A maioria das compras foi de itens fundamentais, como remédios, alimentos, material de expediente e combustíveis. Uma exceção foi o lançamento de um edital para a compra de uma aeronave para o governo do estado. Mas o edital, que previa um contrato de R$ 5,9 milhões, foi cancelado, após gerar polêmica na Assembleia, e o Executivo está estudando mudanças.

Neste ano, foram feitas apenas seis concorrências públicas (das quais uma foi revogada), modalidade re­­servada para as aqui­­­sições de maior valor ou que envolvam en­­genharia (obras e engenharia acima de R$ 1,5 milhão e outros serviços acima de R$ 650 mil). No ano passado, ocorreram 155 concorrências. Por outro lado, o número de pregões presenciais não caiu tanto, assim como o de convites (veja detalhes ao lado). Nessa modalidade, a administração pública convida três fornecedores do seu interesse e deve escolher o que apresentar o menor valor.

A tendência, porém, é que os números de licitações deste ano se assemelhem ou superem os do ano passado. Dos 137 convites feitos do começo do ano até meados de junho, 90 foram realizados a partir de maio. O mesmo ocorreu com os pregões eletrônicos: do total de 157 no período, 110 foram feitos nas últimas semanas.

Economia

Com menos aquisições, revendo contratos e postergando pagamentos, o governo do Paraná conseguiu economizar um valor recorde. Os dados consolidados mais recentes, referentes à 1.º de janeiro a 31 de maio deste ano, mostram que havia R$ 1,7 bilhão em caixa. No mesmo período de 2010, o governo tinha R$ 1,3 bilhão. As despesas não diminuí­­ram de um ano para outro; pelo contrário: cresceram 7,7%. Entretanto, a arrecadação subiu mais, impactando positivamente no superávit. As receitas aumentaram 10,2%, e totalizaram R$ 9,9 bilhões.

Na apresentação do balanço financeiro do estado do primeiro quadrimestre, feito há 15 dias, o secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, havia reclamado da arrecadação entre os meses de janeiro e abril, mas ressaltou que as contas estavam "reequilibradas". Esse foi o primeiro comentário feito pela nova gestão neste ano que fugia da tecla de "herança maldita" deixada pelos antecessores, Roberto Requião e Orlando Pessuti, ambos do PMDB.

Interatividade

O que você acha da gestão de Beto Richa no governo estadual?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]