Sem anunciar cortes em benefícios concedidos aos senadores, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez ontem um balanço dos 100 primeiros dias de sua gestão no comando da instituição. Renan listou as medidas de redução de gastos adotadas pela Casa desde que assumiu a presidência todas com foco nos servidores com o objetivo de criar a marca de "transparência e economia".
Desde que assumiu o cargo, Renan implantou uma reforma administrativa no Senado para reverter a imagem negativa por sua indicação para o cargo. Em 2007, o peemedebista renunciou à presidência do Senado para escapar da cassação, mas voltou ao cargo eleito pelos colegas em fevereiro deste ano. O senador também responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal pelo suposto uso de notas frias para justificar o aumento de seu patrimônio.
A reforma administrativa imposta por Renan pretende gerar economia de R$ 302 milhões nos dois anos da gestão.
As medidas, porém, não acabam com privilégios concedidos aos parlamentares, como gastos ilimitados com telefones celulares, assessores de check-in no Aeroporto de Brasília e garçons com salários acima de R$ 10 mil para o serviço no cafezinho do plenário.
Em seu discurso de ontem, Renan disse que ainda não está confortável porque há "excessos, desperdícios e vícios" no Senado. No entanto, não sinalizou mudanças que atinjam os congressistas. "Apenas as instituições que são permeáveis à crítica, abertas a revisões, mantêm sua credibilidade. Estamos atentos e alertas para vencer todos os desafios que apareçam em nosso futuro", afirmou.
Autopromoção
Ao defender sua reforma administrativa, Renan apresentou resultados de pesquisa encomendada ao DataSenado, instituto de pesquisa da Casa, que mostram o apoio de 81% da população brasileira às medidas de economia implantadas por ele. Foram ouvidas, por telefone, 1.200 pessoas entre os dias 16 e 30 de abril.
O Senado também produziu propagandas que começaram a ser divulgadas ontem na rádio e na TV Senado para exaltar os 100 dias de gestão de Renan. O senador diz que o seu objetivo é "fazer mais com menos", uma espécie de "slogan" adotado por Renan para a reforma administrativa.
"Economômetros"
Foram instalados em diversos pontos do Senado para mostrar, diariamente, quanto a Casa economizou na gestão de Renan Calheiros. Modelo é semelhante ao "impostômetro".
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