Delúbio começa a trabalhar
Folhapress
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, condenado no processo do mensalão, começou ontem a trabalhar como assessor da direção nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em Brasília. Com novo visual (só de bigode e não de barba, como costumava usar), ele chegou ao local de trabalho por volta das 8h e foi recepcionado por três sindicalistas. Delúbio trabalhará de segunda a sexta-feira até às 18h, ganhará R$ 4,5 mil mensais e terá que voltar para dormir na prisão.
Ele já está no Centro de Progressão Penitenciária, presídio destinado a presos que têm trabalho externo ou saída temporária. O local fica em outra região de Brasília, longe do Complexo Penitenciário da Papuda, onde ele estava desde novembro. Delúbio cumpre pena de 6 anos e 8 meses em regime semiaberto por corrupção ativa.
Jacinto Lamas
O ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas, outro condenado no mensalão ao regime semiaberto, também começou a trabalhar ontem como assistente administrativo em uma empresa de engenharia de Brasília. De acordo com a defesa, a empresa pagará a Lamas um salário de R$ 1,2 mil para ele desempenhar tarefas como receber correspondências, atender telefonemas e esclarecer dúvidas sobre a parte financeira, coordenar compras e manter organizado arquivos e cadastros da empresa. Além do salário, Lamas receberá vale transporte e R$ 11 por dia de vale-alimentação.
O ex-presidente do PT José Genoino pagou ontem a multa de R$ 667,5 mil imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sua condenação por envolvimento no esquema do mensalão. A multa foi quitada à vista no dia do vencimento.
Genoino conseguiu os recursos por meio do site organizado pela sua família para receber doações. A página recebeu R$ 702 mil em depósitos. Segundo o advogado Luiz Fernando Pacheco, a defesa ainda vai decidir o que fazer com o restante do dinheiro arrecadado.
O sucesso da iniciativa de Genoino incentivou outros três petistas condenados no mensalão José Dirceu, Delúbio Soares e João Paulo Cunha a cogitar a criação de sites para arrecadar dinheiro para também pagar as multas a que foram condenados. Mas, como Dirceu, Delúbio e João Paulo ainda não foram notificados sobre o pagamento pela Justiça, eles ainda não têm prazo para pagar as quantias devidas. Dos três, somente Delúbio teve o valor da multa corrigido pela inflação e oficialmente estabelecido: R$ 466,8 mil.
Sem dinheiro
Ontem vencia o prazo para que cinco condenados no mensalão pagassem as multas a que foram condenados. Além de Genoino, também deveriam ter feito o depósito Marcos Valério, Cristiano Paz e Valdemar Costa Neto. Os valores atualizados destes cinco condenados somam mais de R$ 13,4 milhões, sendo a maior multa para Valério, no valor de R$ 4,446 milhões, e a menor para Genoino R$ 667,5 mil.
Ao menos três dos cinco, porém, não devem quitar as dívidas. Eles pediram mais tempo para obter o dinheiro ou alegaram não ter recursos suficientes. O operador do esquema, Marcos Valério, e seu ex-sócio, o publicitário Cristiano Paz, entraram com petições na Justiça para prorrogar o pagamento. Já o advogado Hermes Guerreiro, que defende Ramon Hollerbach, informou que seu cliente não dispõe do dinheiro. Caso não paguem a verba, eles terão seus débitos inscritos na dívida ativa da União.
No IML
O ex-deputado federal Pedro Henry (PP), primeiro condenado do mensalão a receber autorização para trabalhar fora da cadeia, entrou com dois novos pedidos para reduzir ainda mais seu tempo atrás das grades: quer um segundo emprego, aos domingos, e voltar à universidade. Os requerimentos foram apresentados na semana passada e serão analisados pela Justiça. O ex-deputado, que é médico legista, pede para atuar no Instituto Médico Legal em Cuiabá. "Já temos uma autorização do IML [onde ele trabalharia]. Falta apenas o aval da Justiça", disse o advogado Décio Arantes.
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