Citado por um lobista preso na Operação Lava Jato, o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) enfrenta resistência da presidente Dilma Rousseff para assumir a Secretaria da Aviação Civil, apesar da reeleição de Leonardo Picciani (RJ) para a liderança do PMDB da Câmara dos Deputados.
A vitória do deputado carioca havia sido colocada como condição para a nomeação de Lopes, nome favorito da bancada do PMDB. Contudo, preocupa o governo a referência ao peemedebista feita pelo lobista João Augusto Henriques, apontado como operador ligado ao PMDB. A intenção da petista é definir até o final de fevereiro o novo ocupante da pasta.
Segundo Henriques, em entrevista em 2013, Lopes teria sido beneficiado por um suposto esquema de corrupção na Petrobras. A acusação é rechaçada pelo deputado, que nega ter sido favorecido com recursos.
Além disso, incomodou o Palácio do Planalto o fato do peemedebista ter confirmado publicamente que foi procurado pelo ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) para discutir a sucessão na pasta. A petista costuma se irritar com o vazamento de sondagens para sua equipe de governo.
Na próxima semana, o núcleo político do Planalto se reunirá com Picciani para discutir o tema. A expectativa do governo é de que sejam apresentadas sugestões de mais nomes para a pasta além de Lopes, apesar do parlamentar carioca insistir na indicação apenas do peemedebista mineiro.
Como antecipou a Folha de S.Paulo, Lopes foi convidado para assumir o ministério no ano passado, em um esforço para garantir o apoio da bancada de Minas Gerais à reeleição de Picciani, confirmada na última quarta-feira (17).
Lopes indicou ao Planalto que está disposto a assumir o posto e recebeu o apoio público do vice-presidente Michel Temer, apesar dele não ter sido consultado previamente pelo governo.
Na época, no entanto, a presidente decidiu aguardar o desfecho da eleição interna antes de nomear um novo ocupante para a pasta.
A equipe da presidente pondera ainda se não seria melhor acomodar um aliado mais próximo do vice-presidente no posto, uma vez que os dois últimos ocupantes fizeram parte da cota pessoal dele: Moreira Franco e Eliseu Padilha.
A avaliação é de que um aceno nessa direção poderia fortalecer a tentativa da presidente de um armistício com o vice-presidente, movimento que tem o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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