O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, encerrou às 20h a sessão em que seria votada a medida provisória do salário-mínimo. A sessão terminou sem a votação da MP, que ficou para amanhã. Pelo regimento da Câmara, sessões ordinárias têm que ser encerradas naquele horário, mas o presidente da casa poderia ter aberto outra. Por medo de perder a votação, o governo pediu para encerrar a sessão.
Em sua maior derrota no Senado desde o início da crise, o governo não conseguiu impedir na semana passada a aprovação da emenda à MP que eleva para R$ 384,29 o valor do salário-mínimo. O destaque à medida provisória que fixou o mínimo em R$ 300 foi apresentado pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
O governo fez várias reuniões com a oposição durante esta terça-feira. Depois do encontro com a presença do ministro da Coordenação Política, Jaques Wagner, o Colégio de Líderes da Câmara decidiu botar em votação no plenário a medida provisória. O líder do PSDB, Alberto Goldman (SP), chegou a recomendar que sua bancada votasse contra o valor de R$ 384,29, aprovado pelo Senado, mas o PFL vai votar pela manutenção.
Pelo acordo fechado na reunião de líderes da Câmara, a votação da MP deveria ser simbólica, ou seja, só os líderes votariam, sem que os deputados precisassem votar nominalmente. Também não haveria a necessidade de verificação de quórum, mas o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), ressalvou que não poderia impedir que deputados de sua bancada peçam a verificação de quórum.
O líder do PSDB aproveitou para criticar a edição excessiva de medidas provisórias pelo Palácio do Planalto. Na próxima semana, outras duas matérias passam a trancar a pauta da Casa. O líder lembrou ainda que no dia 5 de setembro mais quatro MPs passam a obstruir as votações na Câmara.
- Se continuar essa enxurrada de medidas provisórias e projetos de lei em regime de urgência, não vai ser possível votar a reforma política e nada além daquilo que vem do Executivo - disse Goldman.
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