O oxigênio acumulado por Dilma Rousseff nos últimos dias saiu dos pulmões de setores da iniciativa privada preocupados com o agravamento da crise econômica. Parlamentares foram procurados por empresários, que cobraram uma solução imediata para evitar o caos. “Mesmo descontentes com o governo, esse nicho passou a entender que é melhor buscar um consenso para melhorar as coisas agora do que encarar um processo mais longo e traumático, como um impeachment”, diz o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR).
No Senado, a avaliação dos bastidores é de que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi o primeiro a entender a intensidade do movimento e a buscar um realinhamento com o governo. A “Agenda Brasil”, conjunto de propostas defendidas por ele, seria uma forma de mostrar que Renan poderia ir além da pauta do ajuste econômico sugerido por Dilma. Também é uma forma de afagar o empresariado, favorável à aprovação de quase todas as 43 proposições.
A origem dessa reação estaria na manifestação das federações das indústrias de São Paulo e Rio de Janeiro, dia 6, que defenderam, em nota, que “o Brasil não pode se permitir mais irresponsabilidades fiscais, tributárias ou administrativas”. A onda se espalhou. No Paraná, o Sindicato da Indústria da Construção Civil e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil publicaram anúncios na sexta-feira (14) cobrando responsabilidade dos políticos. Neste domingo (16), a Federação das Indústrias do Paraná e a Confederação Nacional da Indústria divulgam manifesto na mesma linha.
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