Lula nos braços do povo: presidente não fala em Dilma, mas nome da candidata petista é ovacionado durante inauguração de obra em Minas| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

Explicação

Petista diz que não foge de debates

Folhapress

São Paulo - Irritada com a associação entre o cancelamento de agendas nos próximos dias e a tentativa de fugir de debates com outros candidatos à Presidência, a petista Dilma Rousseff foi a público ontem afirmar que a acusação "não tem o menor sentido".

Além de explicar em entrevista à rádio Jovem Pan os motivos de viagem à Europa – que a levou a cancelar, entre outros compromissos, a presença na sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, negociada por meses, a candidata do PT ao Planalto publicou notas no Twitter.

"Não faz o menor sentido dizer que estou evitando debates e entrevistas. Basta olhar a imprensa", disse ela no microblog, em referência a entrevistas à revista Veja desta semana e à Jovem Pan, na manhã de ontem.

Em outra nota, afirmou que cancelou a ida à sabatina da Folha, que seria no dia 17, porque viajaria ontem para se encontrar com chefes de Estado e de governos europeus. Dilma disse ainda que retorna no domingo para cumprir agenda e participar de debates em tevês abertas.

Segundo a coordenação de sua campanha, a candidata se comprometeu a participar de cinco debates em canais abertos no primeiro turno e analisa a possibilidade de ir a outros confrontos em canais a cabo e de rádio.

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Uberlâncdia e Queluzito (MG) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou seu discurso na inauguração de obras on­­­tem, em Uberlândia (MG), com a militância petista gritando o nome de Dilma Rousseff, candidata à Presidência pelo PT. Durante todo o ato oficial do governo, militantes exibiram três pequenas bandeiras com as cores do Brasil – azul, amarelo e branco – com a inscrição "Dilma 13 presidente".

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Ao fim do discurso, quando Lula já falava em vitória da seleção brasileira frente à Coreia do Norte, hoje, pela Copa do Mundo, a militância entoou gritos referentes à eleição. O presidente encerrou sua fala dizendo: "Eu não posso falar de campanha, eu não posso falar de candidato". Despediu-se e foi embora com a plateia aos gritos de "Dilma, Dilma, Dilma".

Na pré-campanha, Lula já foi multado cinco vezes pela Justiça Eleitoral por fazer campanha antecipada para Dilma. O governo recorreu.

Provocações

Lula também recomendou ontem à presidenciável petista que não responda às provocações do candidato tucano, José Serra, e reiterou a acusação de que os adversários se utilizam do "jogo rasteiro" durante as eleições. "Participei de cinco eleições, vocês nunca viram em uma campanha minha qualquer jogo rasteiro. Agora, tem gente que é especialista nisso no Brasil e vocês sabem que são. Não somos nós", afirmou, referindo-se ao suposto dossiê contra o PSDB, que teria sido encomendado por petistas.

"A história de dossiê não nasceu dentro do PT. Eu acho que cada um faz a campanha que acha que deva fazer. Cada um planta o que quer e colhe, muitas vezes, o que não quer." Lula participou ontem de manhã da inauguração do Gasoduto Rio de Janeiro-Belo Horizonte 2 (Gasbel 2), em Queluzito, cidade de 2 mil habitantes na região central de Minas.

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Durante o evento, o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Antônio Moraes, deu o tom de campanha ao dizer que este ano, no Brasil, "seguramente será o ano das mulheres". Ele também acusou o governo anterior de preparar a privatização da Petrobras. Após o evento, o presidente foi questionado sobre a declaração de Serra, que na convenção do PSDB que o lançou candidato no sábado, em Salvador, falou em "neocorruptos" e criticou o aparelhamento do Estado.

Lula disse que está tranquilo e que não vai ficar batendo boca com o adversário. "Se tem um brasileiro hoje que não tem razão de estar nervoso com nada sou eu", afirmou.