Após enfrentar novos protestos, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Marco Feliciano (PSC-SP), voltou a restringir o acesso do público na reunião.
A medida foi tomada após seis minutos da abertura do encontro, no qual Feliciano voltou a ser hostilizado por ativistas que, aos gritos, o chamavam de racista e homofóbico, além de o acusarem de incitar o ódio. O deputado foi defendido por um grupo de 40 evangélicos, que lotaram a sala e pediam para que ele ficasse.
A reunião foi suspensa e transferida para outra sala. Feliciano chegou a pedir respeito aos manifestantes. "Peço que vocês se comportem com a educação que teriam se estivessem em casa". O apelo não teve efeito.
Manifestantes dos dois grupos foram contidos por seguranças da Câmara, iniciando um tumulto, com empurra-empurra. Ninguém foi detido.
Na semana passada, para evitar protestos, Feliciano aprovou requerimento fechando por tempo indeterminado as reuniões da comissão. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), porém, derrubou a proibição. Ficou acertado, no entanto, que diante de tumultos as reuniões poderiam ser fechadas.
Aliados de Feliciano, maioria na comissão, questionaram a decisão de Alves. O deputado Pastor Eurico (PSB-PE) disse que o comando da Câmara tinha passado por cima de deliberação da própria comissão.
Tumulto
Depois de a reunião ter sido suspensa, a deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que obstruiria a pauta da sessão porque não reconhecia a presidência de Feliciano. Ela questionou ainda que pediu para falar por quatro vezes e não foi concedida pelo deputado. A petista ainda cobrou a leitura da ata da reunião passada.
Ela foi rebatida pelo deputado Takayama (PSC-PR), que a chamou de mal educada.O deputado Henrique Afonso (PV-AC) acusou a deputada de ser intolerante. "A senhora não consegue viver na sociedade e manifestar tolerância. É a intolerância do PT, do PSOL", afirmou. "Se essa moda pega, se a onda pega, vamos ter dificuldades de estabelecer uma relação".
Oração
Dispostos a dar sustentação a Feliciano, um grupo de 40 evangélicos chegou com duas horas de antecedência na sala da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Antes do início da reunião, os religiosos fizeram orações e discursos em defesa do deputado que é acusado de racismo e homofobia por movimentos sociais.
Com a sala praticamente lotada por evangélicos, em um primeiro momento, a Polícia Legislativa estava restringindo a presença de ativistas contrários a Feliciano, mas depois liberaram. Antes do tumulto, os dois grupos estavam com cartazes, sendo que um deles lembra a cantora Daniela Mercury, que assumiu a homossexualidade na semana passada e criticou Feliciano.