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Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

O Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, Ilha do Governador, subúrbio do Rio de Janeiro. Este tem sido o endereço do angolano Agostinho Kaku José há 14 dias. Com o passaporte vencido em 2004, Agostinho não consegue autorização da Polícia Federal brasileira para embarcar para os Estados Unidos. Sem dinheiro e moradia, o estrangeiro decidiu se "hospedar" no saguão do aeroporto desde o dia 25 de outubro.

Parece até história de cinema, mas o drama do angolano tem chamado a atenção de todos que passam pelo aeroporto. Agostinho, que está no Brasil desde abril de 2004, disse que procurou a Polícia Federal em setembro deste ano. Na ocasião, ele diz ter solicitado uma autorização de embarque. Segundo ele, o documento ainda não ficou pronto.

"Eu já possuo visto para entrar nos Estados Unidos, o que me falta é resolver essa situação do meu passaporte. Até lá, não tenho onde ficar. A minha casa agora é aqui no aeroporto e meus vizinhos são os passageiros", disse.

O G1 tentou entrar em contato com a Delegacia de Imigração da Superintendência da Polícia Federal, no Tom Jobim, mas ninguém foi encontrado.

Sem banho e comida

Abatido e dormindo nos bancos dos saguões de embarque e desembarque do Tom Jobim, Agostinho está com a mesma roupa no corpo e não toma banho há 14 dias. Sem ter onde comer, ele conta com a ajuda dos funcionários e passageiros.

"Todo dia recebo uma ajuda. São pessoas que me trazem pão, água, biscoitos e leite. Isso já é uma grande força", declarou.

A segurança do Tom Jobim informou que a presença de Agostinho não incomoda os passageiros e que ele não costuma causar problemas. O balcão da Empresa de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) disse que não recebe reclamações e que a estadia do angolano não é proibida dentro do aeroporto.

Agostinho, que pretende passar alguns meses em Washington, espera resolver a sua situação o mais rápido possível e para isso e conta com a ajuda de voluntários. "Eu não possuo a quem recorrer. Gostaria que algum advogado ou policial federal me ajudasse com esse problema", pediu ele.

Refúgio

Com o país de origem no meio de uma guerra civil, Agostinho Kaku José buscou refúgio no Brasil pela primeira vez em 1993. Passou por países como Inglaterra e Portugal, retornando depois ao Brasil em 2004. Desde então, ele morava de aluguel numa casa na Tijuca, na Zona Norte do Rio, e trabalhava como operador comercial. Agostinho disse que possui três irmãos que moram com o pai no Congo, no continente africano.

"Minha vida nunca foi fácil. Meu pai e meus irmãos ficaram na África lutando e tentando sobreviver. O que mais quero agora é conseguir essa autorização, legalizar a minha situação e embarcar para Washington", concluiu.

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