A volta de Carlos Lupi à presidência do PDT, em janeiro deste ano, após o escândalo que o derrubou do Ministério do Trabalho, foi a gota d'água para militantes históricos do partido. Em reunião no último dia 14, no Rio, integrantes do Movimento de Resistência Leonel Brizola resolveram que vão pedir desfiliação da legenda nos próximos dias. A debandada, dizem eles, pode chegar a 40 pessoas. Alguns estão no PDT desde a fundação, há mais de 30 anos. Entre aqueles que entraram na fila da saída, está João Leonel Brizola, sobrinho do ex-governador Leonel Brizola.
O objetivo é fazer uma saída coordenada, com o lançamento de um manifesto com fortes críticas à atuação do comando do partido e ao que chamam de "práticas lupistas".
"Não há como se manter sob a liderança de um Carlos Lupi, uma pessoa incompetente e que não tem moral", diz João Leonel Brizola, afirmando ainda que presidente do PDT é uma pessoa desqualificada.
Segundo ele, o desânimo é total ao ver que nomes como o do deputado federal Miro Teixeira (RJ) e o senador Pedro Taques (MT) continuam no partido, sob a liderança do ex-ministro do Trabalho.
"Brizola era um líder, não era um homem de acordos e negociatas", completou, ao lembrar as diferenças dos comandos de Lupi e Brizola.
Outros herdeiros de Brizola, como os irmãos Juliana, Carlos e Leonel, ainda continuam do partido, porém já se unem para tentar tirar a presidência de Lupi, conforme informou O GLOBO.
Além do sobrinho de Brizola, estão de saída Vivaldo Barbosa, ex-secretário de Justiça do governo Brizola, o ex-deputado José Maurício e Ronald Barata, ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio
"Nós vamos agora procurar articular a formação de uma frente de esquerda para atuar daqui para frente", diz Vivaldo Barbosa, no partido desde 1981.
Procurado para falar sobre as críticas do grupo, Lupi evitou comentar o assunto:"Eu acho que no processo democrático você faz o que quiser, desde a critica até a saída do partido."
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