Manaquiri, AM (AG) Nunca foi tão fácil pescar. Coninados em riachos cada vez mais rasos, os peixes da Amazônia tentam sobreviver à seca e viram presas fáceis para a população ribeirinha. Que o diga o vendedor desempregado Alcenir Rodrigo do Vale, de 20 anos. Com uma tarrafada, ele tirou da água mais de 60 peixes na quinta-feira passada, entre eles tucunarés que fariam a festa do "chef" de qualquer restaurante.
Alcenir pescava no riacho ao lado da casa flutuante de seus tios-avós, na zona rural do município de Manaquiri, um dos mais atingidos pela seca, a cerca de 70 quilômetros de Manaus em linha reta. Construída sobre toras, a casa foi feita para acompanhar as variações do rio. Mas agora está firme sobre o chão, no leito do que, até poucos meses atrás, era um afluente de mais de dez metros de profundidade.
A dona da casa é Ana Jacó dos Santos, de 68 anos. Ela e a família têm outra residência em solo firme, no alto de uma encosta. É para lá que levam a moradia flutuante quando o rio está cheio. Nascida em Manaquiri, ela conta já ter testemunhado secas piores do que a atual.
"Tem gente se admirando com esta seca. Mas já houve piores", diz ela, lembrando ter visto o mesmo rio secar outras vezes.
Por causa da seca, o transporte escolar por barco está suspenso e o estudante Arisérgio Vale de Matos, de 17 anos, deixou de freqüentar a escola. Diferentemente de outros municípios, a prefeitura de Manaquiri manteve o calendário para quem vive na zona urbana. Arisérgio recebeu lições de casa para fazer enquanto a chuva não vem.
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