Michel Temer encontra resistência de parte do PMDB.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, cancelou a sua participação na reunião da Executiva Nacional do partido marcada para esta quarta-feira (16). Ele decidiu não comparecer diante da possível retaliação de setores da ala governista que ficaram irritados com a proposta de mudar as regras de novas filiações à sigla e ameaçaram esvaziar o encontro.

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“Eu represento dois votos na Executiva. Não vou a uma votação para dividir o PMDB”, disse o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). Temer tenta evitar que deputados migrem para o PMDB com o objetivo de reconduzir Leonardo Picciani (RJ) à liderança da bancada da Câmara. Na reunião de hoje, o grupo do vice tentará aprovar uma resolução determinando que filiações de deputados federais só ocorram com aval do comando nacional da sigla.

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Trata-se de uma resposta à estratégia montada junto com o Palácio do Planalto. O governo quer o controle do comando da bancada para conseguir indicar os integrantes da comissão especial que analisará o pedido de impeachment.

A convocação da reunião irritou a ala do PMDB do Senado, que, por ora, tem se posicionado contra o impeachment. Tesoureiro do partido e líder no Senado, Eunício Oliveira (CE) afirmou que não vai ao encontro marcado por Temer.

Temer telefonou para Eunício ontem para convidá-lo para o encontro. No começo da noite, o senador também recebeu no seu gabinete o ex-ministro Eliseu Padilha, apontado como um dos principais articuladores políticos de Temer. Também foram ao encontro de Eunício o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o novo líder na Câmara, Leonardo Quintão.

‘Loucura’

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também tem criticado as ações de Temer. A um interlocutor próximo, o senador alagoano chegou a afirmar que o vice “cometeu uma loucura” ao marcar uma reunião da Executiva para hoje.

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Na avaliação de Renan, a tendência é que o partido se divida ainda mais em relação às teses de manutenção de apoio ou rompimento com o governo. Apesar das críticas, Temer deve conseguir aprovar a resolução que determinará que novas filiações sejam submetida à Executiva da sigla. “Ele tem maioria no comando da sigla para fazer isso”, disse o senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Integrantes da ala governista do partido, porém, prometem desobedecer à resolução.