Mesmo com a possibilidade de desembarque do PMDB do governo federal na próxima semana, a presidente Dilma Rousseff avaliou nesta segunda-feira (21) que a situação é ainda “reversível” e escalou ministros de sua equipe a iniciarem uma ofensiva de reaproximação com o vice-presidente Michel Temer.
Em conversas reservadas, o peemedebista tem reclamado que há mais de um mês a petista não o recebe e demonstrou irritação com a intervenção do Palácio do Planalto com a nomeação do deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) para a Aviação Civil.
Em reunião de coordenação política, a petista avaliou a reaproximação como “estratégica” neste momento. O partido marcou para o dia 29 de março a decisão oficial sobre sua permanência na Esplanada dos Ministérios. A avaliação do governo é que, com a piora da crise política, as chances de desembarque aumentaram consideravelmente.
No encontro, a presidente reconheceu que a situação é difícil, mas considerou que o Palácio do Planalto ainda tem cartas na manga para reconquistar o partido aliado, que poderia passar pela nomeação em cargos de segundo e terceiro escalões e a liberação de emendas parlamentares.
Até a metade de março, a maior partes das verbas liberadas foram para Saúde e Turismo, pastas comandadas pelos ministros Marcelo Castro e Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB.
A petista também escalou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para atuar junto ao partido aliado. Ele deve desembarcar ainda nesta segunda-feira (21) em Brasília, onde atuará como uma espécie de ministro informal da Casa Civil.
A reunião serviu ainda para mapear os votos favoráveis ao governo na comissão especial do impeachment, na Câmara dos Deputados. Segundo relatos, a presidente fez um apelo para que ministros das cotas partidárias atuem de maneira mais incisiva junto às bancadas federais para evitar a abertura do processo.
Os ministros presentes, entre eles de partidos como PR, PDT e PMDB, relataram que estão sofrendo pressões de deputados e senadores por comporem o governo federal. Segundo eles, parte das bancadas parlamentares defendem suas saídas da Esplanada dos Ministérios.
Como reação, os ministros propuseram à presidente medidas econômicas para evitar neste momento o agravamento da crise econômica.
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