A Justiça do Paraná negou na tarde de hoje o pedido de liberação do ex-assessor da Casa Civil Eduardo Gaievski, preso sob suspeita de estupro de menores e favorecimento de prostituição.
Com isso, o político continuará detido preventivamente em Curitiba, até ordem judicial contrária. A decisão foi do Tribunal de Justiça do Paraná.
Gaievski, nomeado assessor da ministra Gleisi Hoffmann no início do ano, fazia a articulação entre o ministério e as prefeituras. Ex-prefeito de Realeza (PR) pelo PT entre 2005 e 2012, era considerado um gestor modelo e tido como um dos principais articuladores da pré-campanha de Gleisi ao governo do Paraná.
O político foi denunciado pelo Ministério Público sob acusação de pagar entre R$ 150 e R$ 200 a adolescentes para que saíssem com ele, na época em que era prefeito. Uma das denunciantes disse que teve que dormir três vezes com Gaievski para que conseguisse um emprego no município.
A denúncia o acusa de estupro de vulnerável (ou seja, com menores de 14 anos) por 17 vezes, além de assédio sexual outras cinco vezes. Ele também foi denunciado por crime de responsabilidade de prefeitos, por utilizar-se de bens ou serviços públicos em benefício próprio. Escutas telefônicas fundamentaram a acusação.
Outro lado
A defesa de Gaievski argumenta que a promotora que ofereceu a denúncia tem uma "notória desavença" contra o ex-prefeito, e por isso "maculou todo o processo probatório". Segundo os advogados, uma das vítimas disse que foi coagida pela promotora a gravar uma conversa com Gaievski. Para eles, não há provas materiais dos crimes.
Os advogados solicitaram ao Tribunal de Justiça do Paraná que a prisão fosse revogada ou convertida em prisão domiciliar, levando em consideração que Gaievski é réu primário, "membro titular da Casa Civil da Presidência da República" e "não há nada que desabone sua conduta". Para o desembargador Luiz Carlos Gabardo, porém, há "indícios suficientes" de autoria do crime. Em função também da gravidade das acusações, ele decidiu manter a prisão preventiva.
O mérito do recurso ainda será julgado pelo Tribunal de Justiça do Paraná, provavelmente nesta semana. Gaievski está preso desde anteontem, em Curitiba, num local não divulgado. Após as denúncias virem a público, na semana passada, o ex-assessor foi afastado da Casa Civil e do PT.