Brasília (AE/Folhapress) A CPI do Mensalão pode acabar amanhã, com um relatório capenga. Exatamente nesta quarta-feira, à meia-noite, encerra-se o prazo para seu funcionamento. Para continuar em atividade, terá de ser prorrogada com o apoio de no mínimo 27 senadores e 171 deputados.
No Senado, foram colhidas 30 assinaturas. Na Câmara, o deputado José Rocha (PFL-BA), encarregado de trabalhar pela prorrogação dos trabalhos, anunciava ontem que tinha 15 apoios.
"O ideal será a prorrogação. Mas se a CPI não for prorrogada, tenho condição de entregar meu relatório na quarta mesmo. Claro que não será um relatório substancial das coisas que apuramos nestes meses de investigação", admitiu o relator da CPI, Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), que ainda não começou a escrever o relatório final.
O deputado Odair Cunha (PT-MG) disse que poderá apoiar a prorrogação por um mês, para que dê tempo de Abi-Ackel fazer seu relatório. Abi-Ackel recebeu, em 1998, R$ 100 mil de Marcos Valério para sua campanha de deputado federal. E o filho dele, Paulinho, também candidato, R$ 50 mil. Valério é um dos alvos da CPI do Mensalão.
José Rocha estava pessimista com a possibilidade de prorrogação.
"Não está fácil, principalmente agora que o governo está vigilante por causa da prorrogação da CPI dos Correios. Mas vamos fazer um esforço", disse ele. PFL e PSDB anunciaram que vão assinar a CPI, mas juntos têm apenas 115 deputados. Teriam ainda de contar com a ajuda de parlamentares de outros partidos.
"Comecei a coletar as assinaturas na quinta-feira", disse José Rocha, admitindo que a oposição cochilou.
O senador Sibá Machado (PT-AC), espécie de líder do governo na CPI do Mensalão, está eufórico com a possibilidade de ela acabar.
"Olha, essa CPI não faz mais o menor sentido. Desde o momento em que ela produziu, com a CPI dos Correios, os relatórios que motivaram a abertura de processo contra deputados suspeitos de receber dinheiro do Marcos Valério, acabou sua função", disse Sibá.
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