Numa entrevista coletiva marcada por uma linha de raciocínio confusa, o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Elizeu Eclair Teixeira Borges, admitiu e negou, numa única resposta, que um de seus subordinados esteve reunido com a advogada do líder da facção criminosa responsável pela onda de violência em todo o estado nos últimos quatro dias. Ao ser indagado sobre a participação de um coronel num encontro realizado no último domingo entre a advogada e representantes da Secretaria de Administração Penitenciária, o comandante da PM primeiro admitiu a presença do militar:
- Eu tomei conhecimento de que o Marcola (Marcos Camacho, líder da facção) queria uma advogada. Vocês sabem que ele é uma pessoa inteligente, capaz e que conhece a legislação como poucos. Eu soube, sim, que haveria essa reunião. E a segurança da parte externa e de parte da interna dos presídios é feita pela PM. Tomei conhecimento que ele foi numa reunião, sim, mas eu faço a seguinte pergunta: Como falar em acordo se no domingo tinha 19 presos e hoje temos 113. Tínhamos 19 membros dessa facção que morreram e hoje temos 71. Que raio de acordo é esse? - disse ele, para em seguida argumentar que o seu subordinado apenas havia conduzido a advogada para o interior da penitenciária de Presidente Prudente, para onde Marcola foi levado na semana passada.
Sobre o que foi conversado nesse encontro, o comandante da PM desconversou:
- Desconheço o que foi acertado, o que teve e o que não teve. Isso não é problema nem competência da PM.
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