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O comandante da Polícia Militar, coronel Ubiratan Ângelo, determinou na manhã desta quarta-feira o afastamento do comandante do 15º BPM (Duque de Caxias), coronel Josá da Silva Macedo. O GLOBO ONLINE entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública, mas eles não souberam informar o motivo do afastamento. O anúncio veio dois dias depois da prisão de 56 policiais militares acusados de envolvimento com o tráfico de drogas em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. No lugar de Macedo ficará o coronel Luiz Antônio Corso.

A Operação Duas Caras, deflagrada pela corregedoria da PM, tirou das ruas quase 10% do efetivo de Duque de Caxias, que é de 717 policiais. Só do 15º BPM foram 52 policiais presos. Na manhã desta quarta-feira, 87 recrutas chegaram do Centro de Formação Policial para ajudar no patrulhamento das ruas de Duque de Caxias. O Diário Oficial publica esta quarta o afastamento do comandante do batalhão, tenente-coronel José Macedo. Ainda não há previsão para a posse do novo comandante.

Os PMs cobravam propina que variava de R$ 2 mil a R$ 3.900 a traficantes para não atuar na área dos "clientes". Além de tráfico, os policiais são acusados de formação de quadrilha e corrupção. O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, lamentou o envolvimento dos PMs com o crime, mas afirmou que as prisões são uma homenagem aos bons policiais.

O delegado titular da 59ª DP (Duque de Caxias), André Drumond, começará a ouvir ainda esta quarta-feira o depoimento de dez dos policiais militares. A promotora do Ministério Público de Duque de Caxias acompanhará os depoimentos. Na terça-feira, o delegado afirmou que mais cem policiais, além dos 58 PMs e de um agente penitenciário acusados na Operação Duas Caras, podem estar envolvidos diretamente com criminosos. As investigações sobre esses policiais, já batizada de Duas Caras II, só serão iniciadas após o recebimento da denúncia pela Justiça e da decretação da prisão preventiva de todos os 66 acusados, contando com os sete traficantes envolvidos. Há indícios do envolvimento de PMs de outros batalhões, como o 34º BPM (Magé). Nesta terça-feira, mais quatro policiais se entregaram.

Desde domingo, o delegado já recebeu várias ameaças de morte. O delegado no entanto negou que esteja andando com seguranças e que tenha recebido um carro blindado para sua proteção. Na terça, Drumond teria pedido à Secretaria de Segurança o reforço de quatro fuzis, quatro coletes à prova de balas e um veículo blindado, sendo prontamente atendido. Os fuzis e os coletes chegaram à tarde na 59ª DP para serem usados pelos policiais que fazem a escolta de André Drumond. O carro blindado seria enviado até a noite.

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