Informalmente, o comando nacional do DEM já dá como certa a desfiliação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Por conta disso, o grupo que lidera atualmente a legenda decidiu negociar com os aliados do prefeito paulista para evitar que eles também deixem o partido. Admitem montar uma chapa consensual para a próxima comissão executiva nacional do DEM, garantindo representação de integrantes desse grupo. Mas não abrem mão de ter a maioria da Executiva, já que representam o setor majoritário.
A negociação entre as duas alas foi aberta hoje em São Paulo, num encontro entre o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), representante do grupo majoritário com os ex-senadores Jorge Bornhausen (SC) e Marco Maciel (PE), aliados de Kassab. Amanhã, o partido retoma as negociações com outro encontro reunindo Agripino, o líder da Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), e o deputado Eduardo Sciarra (PR) e os ex-deputados Indio da Costa (RJ) e Roberto Brant (MG).
"Os dois lados estão abertos para a negociação. Queremos que o prefeito Kassab fique no DEM. Mas, se ele sair, queremos evitar que outros insatisfeitos saiam com ele. E como fazemos isso? Acabando com as insatisfações. É essa a negociação que estamos conduzindo que os senadores Bornhausen e Maciel também estão ajudando a avançar", afirmou Agripino, que deverá ser eleito o próximo presidente do partido.
A proposta dos aliados de Kassab estabeleceria a manutenção da atual Executiva, com apenas duas alterações. A substituição do atual presidente Rodrigo Maia (RJ) por Agripino e a entrada de Marco Maciel na vaga ocupada por Kassab. Com isso, a ala dissidente ficaria extremamente forte, embora seja minoritária internamente.
Agripino afirma que essa posição não é aceita pelo seu grupo por vedar espaço para a entrada de novas lideranças do partido - como os 17 deputados federais que estreiam na bancada esse ano, por exemplo - e por não representar a hegemonia interna do DEM.
"Nem faz sentido essa composição. Temos integrantes da Executiva como o ex-deputado Moroni Torgan, que nem moram mais no Brasil. Não faz sentido não atualizar essa composição em cima da nova realidade, mas permitindo um espaço que ajude a reunião do partido como um todo harmonioso", diz Agripino. "Não nos interessa ter uma vitória interna que representa a derrota do outro grupo. Queremos o partido unido de novo. E um acordo é feito com todos ganhando alguma coisa e todos cedendo algo", acrescenta Rodrigo Maia.
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