Sem resolver a crise de desconfiança entre os grupos de Minas Gerais e de São Paulo, o PSDB ainda tem de administrar a ameaça de cisão no partido na véspera da eleição do novo presidente, ao que tudo indica, o senador mineiro Aécio Neves. Nos bastidores, aposta-se que o atual vice-presidente da executiva nacional, o ex-governador Alberto Goldman (São Paulo), será convidado a permanecer no cargo.

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Aliado de José Serra, Goldman disse ontem, no entanto, que só aceita ser indicado para o mesmo cargo se for para formar o consenso e se houver a certeza de que a futura executiva vai de fato trabalhar e não entrar num "jogo de faz de conta". Segundo ele, "a executiva hoje não funciona como coletivo". Afirmou que no ano passado ela só fez duas reuniões e, neste, tem uma programada para a semana que vem.

O senador mineiro afirmou ontem que, aos poucos, o PSDB está chegando a um consenso sobre a formação da nova executiva nacional do partido, que deverá ser comandada por ele. Lembrou que na segunda-feira terá um novo encontro com o governador Geraldo Alckmin.

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Na última terça-feira, Alckmin convidou Aécio a ir até o Palácio dos Bandeirantes. De lá, os dois sairão juntos para um seminário do PSDB.

Em outra frente de desgaste, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, ameaça deixar o PSDB caso seja aprovada a unificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual. Virgílio alega que a Zona Franca de Manaus seria muito prejudicada com a aprovação da proposta enviada pela presidente Dilma Rousseff porque não teria mais tarifa diferenciada.

O governador Geraldo Alckmin apoia a unificação das tarifas, sob o argumento de que ajudará a acabar com a guerra fiscal entre os Estados. Arthur Virgílio havia se estranhado com Alckmin durante a campanha eleitoral porque o governador defendeu a extinção da Zona Franca. Na época, ele também ameaçou deixar o partido.