Com quase dois meses de atraso, as comissões permanentes da Câmara dos Deputados elegem nesta terça-feira (3) seus presidentes para comandar os trabalhos neste ano. Os partidos têm até as 11 horas para indicar os membros dos colegiados. As eleições internas ocorrerão no início da tarde. As presidências dos 25 colegiados foram divididas entre os partidos representados na Casa. A escolha foi feita levando em consideração o tamanho atual de cada bancada.
De acordo com a Agência Câmara, ficou com o PMDB, partido com o maior número de deputados federais (68), a presidência da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), a maior e mais importante da Câmara. É a única comissão que analisa todas as propostas em discussão na Casa. Coube ainda ao PMDB a presidência de outras duas comissões: a de Finanças e Tributação; e a de Viação e Transportes. Ao PT, segunda maior bancada da Câmara, com 57 parlamentares, também ficou com o comando de três grupos: o de Fiscalização Financeira e Controle; de Cultura; e o de Direitos Humanos e Minorias.
PMDB e PT ainda brigam pela Comissão Mista do Orçamento (CMO). Por se tratar de um grupo formado por integrantes da Câmara dos Deputados e também do Senado, a CMO segue rito próprio e ainda não tem uma data definida para bater o martelo sobre qual partido vai comandar o grupo. A expectativa é que a definição saia até sexta-feira (06).
Paranaenses
Dois paranaenses podem ser confirmados na principal cadeira da CCJ e da CMO. O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), deve indicar o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o comando da CCJ. Com experiência na relatoria da CPI dos Correios, o paranaense não é o nome favorito de Picciani, mas é sugerido pelos peemedebistas que defendem o impeachment da presidente Dilma, grupo que ganhou força com a votação do último dia 17, quando a Casa encaminhou o processo de impedimento ao Senado.
Um dos mais aguerridos defensores do impeachment, Serraglio também seria um nome aceito por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Casa, que vai precisar da CCJ. Alvo de um procedimento no Conselho de Ética que pode render sua cassação, Cunha quer ter “controle” sobre a CCJ. Serraglio nega qualquer acordo com Cunha para ter seu nome indicado à vaga. A eleição da CCJ está marcada para as 14 horas desta terça-feira (3).
Já na CMO, o deputado federal Sergio Souza (PMDB-PR) é o nome indicado por Picciani. Embora tenha votado a favor do impeachment da presidente Dilma, Souza é um nome próximo do carioca e, ao longo do processo de destituição da petista na Câmara, adotou uma postura moderada.
Tanto aliados da presidente Dilma quanto do vice Michel Temer estão preocupados com a instalação da CMO, já que a revisão da meta fiscal de 2016 precisa ser aprovada até o próximo dia 20.
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