Nem o combate à seca ficará de fora da guerra que travam o atual governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB), e o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) - cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na quarta-feira, por abuso de poder econômico e político. Após demitir por decreto todos os funcionários indicados politicamente por seu antecessor, Maranhão quer agora anular atos administrativos deixados pelo tucano. Seu primeiro alvo: o projeto Várzeas de Souza, que prevê a reversão de água do açude de Coremas, por meio de um canal de 37 quilômetros, abastecendo o extremo oeste do semi árido paraibano, uma das regiões afetadas pela seca.
São 5 mil hectares de terras a serem irrigadas, mas que 11 anos após o lançamento do projeto e R$ 240 milhões gastos dos cofres públicos, ainda esperam a conclusão das obras - interrompidas pela disputa política entre Maranhão e a família Cunha Lima.
O projeto, financiado pelo Ministério da Integração Nacional, é hoje o maior na área de irrigação e desenvolvimento regional do agronegócio na Paraíba. E é também o melhor exemplo de como essa guerra pelo poder entre as famílias Maranhão e Cunha Lima pode contaminar a estrutura de Estado.
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