Promessa de campanha sem ataques
A promessa de uma campanha recheada de propostas e sem ataques aos adversários é o que se ouve de praticamente todos os candidatos ou coordenadores de campanhas de Curitiba. Líder das pesquisas, o candidato à reeleição Beto Richa (PSDB), promete uma "agenda positiva", mostrando promessas do primeiro mandato que foram cumpridas.
Segundo o coordenador da campanha de Gleisi Hoffmann (PT), o vereador André Passos. o tempo da candidata será usado para mostrar o perfil administrativo da petista.
O PMDB de Carlos Moreira Júnior promete mostrar que o "atual prefeito não governou sozinho, mas teve uma mão forte do governo estadual e do governo federal". Já Fabio Camargo (PTB) prometeu "muita tecnologia" na produção.
Na mídia
O horário eleitoral na tevê e no rádio começa hoje e vai até 2 de outubro.
Rádio
7 h às 7h30
12 h às 12h30
Tevê
13 h às 13h30
20h30 às 21 h
Escala
Prefeitos: segundas, quartas e sextas
Vereadores: terças, quintas e sábados
Inserções
Serão 60 inserções todos os dias (total: 30 minutos diários), das 8 h à meia-noite, até 2 de outubro.
Para os candidatos a prefeito, cada inserção pode durar até 60 segundos.
O calendário de inserções ao longo do dia foi determinado pela Justiça Eleitoral.
A divisão do tempo das inserções para cada candidato é igual a do programa eleitoral.
Os candidatos a vereador abrem hoje o horário eleitoral gratuito, que deverá ser exibido até o dia 2 de outubro. Apesar de ser um importante instrumento na luta pelos votos, para os concorrentes à uma das 38 vagas na Câmara, o peso da propaganda veiculada no rádio e na televisão é menor para os que buscam a cadeira de prefeito. Um levantamento feito pela Paraná Pesquisas especialmente para a Gazeta do Povo constatou que cerca de 60% dos eleitores que pretendem acompanhar os programas admitiram que ele pode influenciar na escolha do candidato a vereador, enquanto 75% reconheceram a influência na definição do voto para prefeito.
Para a professora Luciana Veiga, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a maioria dos eleitores vota no candidato a vereador que já conhecia ou que foi indicado por conhecidos e, por isso, o horário eleitoral tem menos poder. "Aparecer na tevê reforça a imagem do concorrente, mas o que define mesmo é o boca-a-boca", afirma.
A escassez de tempo seria responsável pela diferença de peso, segundo o doutor em ciência política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) Rogério Schmitt. "São muitos candidatos, que aparecem rápido demais ou às vezes nem aparecem. Não que o horário eleitoral seja inútil, mas para um candidato a vereador a campanha tradicional, de rua, e os laços que mantém com a comunidade são muito importantes e podem definir a eleição", diz. Schmitt aponta, no entanto, que quanto maior a exposição maior é a chance de eleição, por isso os concorrentes tidos como "favoritos" tendem a ter mais espaço no horário eleitoral. "É comum que os partidos concedam mais tempo aos que têm maior potencial de votos. Forma-se, assim, um círculo. Os que são mais conhecidos aparecem mais, o que faz com se tornem mais conhecidos ainda."
Apesar de algumas legendas escolherem internamente seus "preferidos", destinando a eles maior espaço nos programas, nem sempre a estratégia é a mesma. "O formato varia de acordo com o partido. Entre os que têm uma marca ideológica mais forte, a tendência é a de programas voltados a divulgar a legenda em si, e não candidatos. Há também os que distribuem o tempo de forma democrática, dando o mesmo espaço para cada um", indica Schmitt.
Regra
A regra entre os partidos que disputam as eleições municipais em Curitiba é basicamente a mesma. A maior parte admitiu que em um primeiro momento o tempo será distribuído de forma isonômica entre os concorrentes, mas, com a evolução das campanhas, os candidatos que mais se destacarem ganharão maior espaço nos programas eleitorais.
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