Novo partido
"Não tenho apetite por ministério", afirma governador Cid Gomes
O governador do Ceará, Cid Gomes (Pros) afirmou ontem que não tem nem "nunca teve menor apetite por ministério". Após se reunir com Aloizio Mercadante, ele disse ainda que seu irmão, Ciro Gomes, não recebeu nenhuma sondagem ou convite oficial para assumir um cargo no primeiro escalão.
Aliados de Dilma, os irmãos Gomes abandonaram o PSB no ano passado após o partido decidir lançar Eduardo Campos à Presidência. Pela movimentação, devem ser contemplados na reforma. O mais provável é que mantenham o controle da Integração Nacional.
Cid negou a pressão por uma vaga na Esplanada dos Ministérios e disse que tratou de educação com Mercadante. "Eu não tenho, nem nunca tive apetite por ministério", disse. "Eu não tenho nenhuma demanda de ministério", completou.
Questionado sobre o desejo da bancada do Pros de que Ciro assuma um ministérios, Cid disse preferir que seu irmão permaneça à frente da Secretaria de Saúde de seu governo. "Não há nenhuma sondagem, nenhum convite ao Ciro para assumir nenhum ministério no governo da presidente Dilma", afirmou.
Agência Estado
Seis vezes
...a presidente Dilma Rousseff tentou dar "escapadas" como a que fez em Lisboa, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Em três delas, a visita-relâmpago não foi comunicada na agenda oficial divulgada pela Presidência da República: as viagens para Granada, Marrakech e Agra. Paradas entre destinos também ocorreram no Porto, em Portugal; em Atenas; e em Ancara, na Turquia. Mas essas viagens constavam da agenda oficial.
Dilma Rousseff deve dar posse a três novos ministros na próxima segunda-feira, dando início à sua terceira reforma no primeiro escalão. Nos bastidores, corria ontem a informação de que a presidente deveria iniciar a reforma o quanto antes. Segundo interlocutores presidenciais, a nova composição do ministério deve estar pronta no final de fevereiro.
Aloizio Mercadante, Arthur Chioro e José Henrique Paim devem ser empossados respectivamente na Casa Civil, no Ministério da Saúde e no Ministério da Educação. Cabe à presidente ainda decidir sobre o destino de outros ministérios, como Desenvolvimento, Relações Institucionais, Turismo, Integração Nacional, Desenvolvimento Agrário, Portos e Cidades.
Dilma tem sofrido pressão de partidos da base, em especial do PMDB, maior sigla da coalizão, para ceder mais espaço. A barganha tem em vista apoio à presidente durante a campanha deste ano.
Casa Civil
No dia 18, Dilma formalizou convite a Aloizio Mercadante, titular da Educação, para que ele substitua Gleisi Hoffmann na Casa Civil. Gleisi sai do ministério para fazer pré-campanha pelo governo do Paraná.
Mercadante já vem despachando no Palácio do Planalto desde o início da semana passada. Ele tem de tomar posse antes da abertura do ano legislativo, porque cabe ao ministro da Casa Civil entregar a mensagem da presidente ao Congresso Nacional. Mercadante, inclusive, já tem feito reuniões com assessores da pasta que irá assumir.
Dilma voltou na madrugada de ontem de viagem à Suíça, a Portugal e a Cuba. A presidente passou a tarde no Palácio da Alvorada, onde teve apenas um compromisso oficial: audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Comissão de Ética arquiva denúncia contra presidente
Folhapress e Agência Estado
A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu arquivar, por unanimidade, um pedido de investigação contra a presidente Dilma Rousseff por causa de uma escala feita em Portugal no sábado, durante viagem entre Davos, na Suíça, e Havana, em Cuba.
Ontem, o PSDB ingressou com uma representação na comissão para analisar se a presidente infringiu o Código de Conduta da Alta Administração Federal por ter se hospedado em hotel de luxo sem compromissos oficiais e sem a divulgação da agenda oficial.
Segundo o presidente do colegiado, Américo Lacombe, a comissão não tem competência para investigar a Presidência da República e, por isso, a representação foi arquivada liminarmente.
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), criticou a decisão. Na avaliação de Sampaio, a comissão não leu a representação do partido. Para ele, a decisão do presidente do colegiado, Américo Lacombe, de arquivar a investigação foi "lastimável".
Cardozo
A Comissão de Ética arquivou também a representação, apresentada pelo PSDB, contra o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por causa da sua atuação na investigação do cartel que atuou em licitações do transporte público em São Paulo e no Distrito Federal.
De acordo com o PSDB, a representação contra Cardozo se baseia no fato de o ministro "não ter cumprido sua obrigação legal de investigar o suposto uso político do Cade, vinculado ao seu ministério e presidido por um militante petista, na tentativa de envolvimento de membros do PSDB nas denúncias de cartel em obras do governo paulista".
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