Começa nesta segunda-feira (23) a campanha nacional de vacinação contra a gripe. Como acontece desde 1999, os idosos são o público-alvo do Ministério da Saúde.
O objetivo é vacinar pelo menos 70% dos brasileiros com mais de 60 anos - o que significa 11,1 milhões de pessoas. No ano passado, 13,5 milhões de idosos foram imunizados.
Segundo Eduardo Hage Carmo, diretor da Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, os idosos podem procurar, até o dia 4 de maio, os 65.600 postos de vacinação distribuídos em todo o país para receber a imunização gratuitamente. Foram investidos mais de R$ 140 milhões no projeto neste ano.
A vacina protege contra três tipos de vírus que provocam a influenza (nome usado pelos médicos para identificar a gripe).
Atualmente, o medicamento vem do exterior e é envazado no Brasil. Neste ano, a novidade será a inauguração de uma fábrica de vacinas contra influenza no Instituto Butantã, em São Paulo. A idéia é baratear a produção e conseguir atingir um público mais abrangente nas campanhas de vacinação a partir do ano que vem.
"Pode ser que as crianças ou um público a partir dos 50 anos, por exemplo, comecem a receber as doses gratuitamente nos próximos anos", diz ele.
Público
Carmo explica que a vacina contra a influenza é distribuída para idosos e a chamada "população de risco" durante a campanha. Fazem parte desse grupo os portadores de doenças crônicas (como diabetes, câncer, doenças crônicas do coração, dos pulmões e dos rins), pessoas imunodeprimidas, gestantes no segundo e terceiro trimestres de gravidez e recém-nascidos.
O geriatra João Toniolo Neto, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que essas pessoas têm mais chances de apresentar complicações da influenza. "Existem as doenças oportunistas, como a pneumonia, que aparecem quando a imunidade está prejudicada. Essas pessoas podem ser acometidas facilmente por esses males."
Toniolo Neto afirma que, nos últimos 25 anos, entre 20 milhões e 25 milhões de pessoas morreram em decorrência da influenza no mundo. "É o mesmo número de pessoas mortas em decorrência da Aids. Por isso, a doença tem que ser prevenida", comenta.
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