Começou nesta quinta-feira, com duas horas de atraso, por volta das 15h, o julgamento do sexto acusado da morte do jornalista Tim Lopes, em 2002, no Complexo do Alemão. Claudino dos Santos Coelho, 24 anos, o Xuxa, está sendo julgado no 1º Tribunal do Júri da Capital, por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.
O réu seria defendido pela Defensoria Pública, mas pediu a substituição pelo advogado José Maurício Neville, que tentou adiar o julgamento para o próximo dia 20 de outubro, juntamente com outro acusado, Ângelo Ferreira da Silva, o Primo. O juiz que preside o júri, Fábio Uchôa, negou o pedido da defesa. A acusação está a cargo das promotoras Viviane Tavares e Patrícia Glioche. A previsão é de que o julgamento seja interrompido no fim da noite e recomece nesta sexta.
Claudino dos Santos disse ser vendedor de iogurte na Fazendinha, no Complexo do Alemão e que ajudava a sustentar a família com a venda do produto. Ele disse que começou a trabalhar com 12 anos vendendo alho, junto com sua irmã. Indagado pelo juiz sobre a tortura e morte de Tim Lopes, o traficante respondeu que seu advogado falaria por ele.
Claudino já foi condenado antes a 12 anos de reclusão, em regime integralmente fechado, por tráfico de entorpecentes, formação de quadrilha e porte ilegal de armas, pela 25ª Vara Criminal.
Tim Lopes morreu em 3 de junho de 2002, na Favela da Grota, no Complexo do Alemão, na zona da Leopoldina, quando fazia reportagens investigativas sobre a venda de drogas nos bailes funks na Favela da Vila Cruzeiro, na Penha, Complexo do Alemão. O jornalista foi torturado, morto e teve o seu corpo esquartejado e depois queimado dentro de pneus, sob as ordens do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, que foi condenado em maio passado a 28 anos e seis meses de prisão pelos crimes.
Também já cumprem pena de 23 anos e seis meses, mais quatro traficantes: Cláudio Orlando do Nascimento, o Ratinho; Elizeu Felício de Souza, o Zeu; Reinaldo Amaral de Jesus, o Cadê; e Fernando Sátyro da Silva, o Frei.
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