Nesta terça-feira, foi concluída a análise dos destaques sugeridos pelas bancadas ao substitutivo do deputado Wellington Roberto (PR-PB)| Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados/Arquivo

Integrantes da Comissão Especial da Câmara concluíram nesta terça-feira (22) a votação do projeto de lei que estabelece a reestruturação das carreiras da Receita Federal. A proposta, caso não haja a apresentação de recursos, será encaminhada diretamente para discussão no Senado.

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Na sessão desta terça, os integrantes do colegiado discutiram mudanças na proposta (destaques) sugeridas pelas bancadas ao substitutivo do deputado Wellington Roberto (PR-PB), aprovado no último dia 9 de novembro.

Nas discussões conduzidas pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG), presidente do colegiado, foi aprovado o destaque da bancada do PMDB que estabelece que o auditor não poderá ser preso ou responsabilizado pelo descumprimento de determinação judicial no exercício de suas funções. Outra mudança aprovada, sugerida pela bancada do PTN, retirou do relatório a possibilidade de servidores da carreira tributária e aduaneira terem porte de arma de fogo.

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Em relação ao reajuste previsto para a categoria, texto final aprovado pelo colegiado prevê aumentos escalonados até janeiro de 2019. De acordo com a proposta, o analista tributário da Receita Federal que estiver no último nível da carreira passará a ganhar, na data de publicação, R$ 14.160 e em 2019, o valor sobe para R$ 16.276. Atualmente, o salário é de R$ 13.422

Já os auditores fiscais da Receita e os auditores fiscais do Trabalho terão salário final de R$ 23.755 na data de publicação da lei, e passarão a ganhar R$ 27.303 em janeiro de 2019. A remuneração atual é de R$ 22.516.

De acordo com estimativas da equipe econômica do governo, a recomposição remuneratória dos servidores em questão representa um impacto aos cofres da União de R$ 290,8 milhões em 2016; R$ 604,9 milhões em 2017; R$ 603,4 milhões em 2018; e R$ 598,8 milhões em 2019.

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Além do reajuste, a proposta também amplia o Bônus de Eficiência e Produtividade na Atividade Tributária e Aduaneira. Durante as discussões no colegiado, houve o entendimento de que o benefício também será concedido aos servidores do Plano Especial de Carreiras do Ministério da Fazenda (PECFaz) e a analistas e técnicos do seguro social da antiga Secretaria da Receita Previdenciária. Inicialmente, o “bônus” estava restrito aos auditores fiscais e analistas tributários.

De acordo com o texto final, nos três meses subsequentes à entrada em vigor da lei será pago o bônus no valor mensal de R$ 5 mil, para os ocupantes do cargo de auditor fiscal da Receita; R$ 3 mil para os ocupantes do cargo de analista tributário da Receita; e R$ 2 mil, para os servidores que fazem parte do PECFaz. O texto define ainda que não haverá incidência de contribuição previdenciária sobre o bônus.

Paralisação

O substitutivo aprovado ainda é motivo de polêmica entre os próprios integrantes da Receita. Auditores dizem que o projeto põe em risco a autonomia do órgão ao garantir a analistas as mesmas prerrogativas dadas a eles. Para eles, isso cria o risco de abrir a Receita para indicações políticas e enfraquecer investigações. Em ofício encaminhado aos líderes das bancadas, o secretário da Receita, Jorge Rachid, demonstrou preocupação com o substitutivo do deputado Wellington Roberto.

Em nota divulgada nesta terça-feira, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional) informou que a categoria irá realizar paralisação nesta quarta-feira (23) em todos os postos aduaneiros do país. “Para o Sindifisco Nacional e a classe, o texto abre a porta para a ingerência política na Receita Federal e desmantela a estrutura da instituição”, diz trecho da nota. “As alterações tornam a Receita Federal caótica. O grande derrotado será o Brasil”, afirma o presidente da entidade, Cláudio Damasceno, no documento.