O relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), afirma em seu relatório apresentado esta quinta-feira que foram feitos "repasses periódicos" a parlamentares na campanha presidencial de 2002 e nas eleições para prefeito em 2004. Contrariando as expectativas, o relatório diz que as investigações revelam que houve recebimento de dinheiro ilícito com periodicidade, "chame-se isso de mensalão, mensalinho, semanão, quinzenão, ou o que vocês quiserem".
Em reunião de líderes partidários com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ficou decidido que o prazo para o término da CPI é meia-noite desta quinta-feira. Até então, havia dúvida se a sessão desta quinta tinha validade, porque inicialmente o entendimento era de que o prazo de encerramento para a CPI se esgotara na quarta-feira.
Agora, integrantes da CPI buscam a assinatura de pelo menos 171 deputados e 27 senadores para prorrogar as atividades da comissão por mais 30 dias. O presidente da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), disse que é um "aborto cirúrgico" encerrar os trabalhos neste momento.
- É importante que tenhamos esse tempo para produzir um relatório mais substanciado. O relator fez um esforço brutal, até um milagre, no sentido de produzir o relatório às pressas - afirmou Lando.
A deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP) acusou o governo de trabalhar contra a CPI e dificultar que os deputados assinem o pedido de prorrogação. E provocou o relator, afirmando que ele não quer a prorrogação porque é da base aliada.
- Ele não quer a prorrogação porque é governo, eu sou oposição. Os homens do governo não querem a prorrogação. O governo não quer mais nada com CPIs, já tem que agüentar a CPI dos Correios - protestou a tucana.
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