Brasília (Folhapress) – A Comissão De Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara derrubou ontem uma das últimas cartadas do deputado José Dirceu (PT-SP) para tentar anular o processo de cassação do seu mandato, que pode ser aprovado hoje no Conselho de Ética.

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Por ampla margem de votos, 39 a 15, a comissão rejeitou o relatório do deputado Darci Coelho (PP-TO), favorável à paralisação do processo contra Dirceu. O advogado José Luiz Oliveira Lima, que defende Dirceu, afirmou que recorrerá da decisão ao Supremo Tribunal Federal.

A decisão da CCJ assegurou a votação do parecer do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que recomenda a cassação do mandato do ex-ministro no Conselho de Ética. Em seguida, seja qual for a decisão do Conselho, ela será analisada no plenário.

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O quórum da sessão da CCJ foi de 54 deputados (de um total de 61), considerado alto. Além do relator, Dirceu conseguiu reunir apenas mais 14 votos, 8 deles do PT. O resultado também mostrou que o ex-ministro não teve o apoio da maioria dos partidos aliados. O PSB votou inteiro contra o relatório. No PMDB, apenas 1 dos 8 integrantes na comissão manifestou apoio.

A oposição, que compareceu em peso à sessão, comemorou o resultado e afirmou que o placar prenuncia uma dura derrota de Dirceu no plenário.

"Foi a primeira votação contra o deputado José Dirceu. O resultado antecipa o que vai acontecer no Conselho de Ética e depois no plenário, e mostra como a Casa enxerga a conduta dele", disse Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), que comandou a articulação para derrubar parecer favorável a Dirceu.

Autor do parecer rejeitado, Darci Coelho afirmou que "foi vencido, mas não convencido". Como o seu relatório não foi aprovado, o voto em separado do deputado Roberto Magalhães (PFL-PE) foi escolhido como parecer final da questão.