A Comissão Nacional da Verdade realiza nesta quinta-feira, a partir das 8h30, em Foz do Iguaçu, uma audiência pública na Câmara Municipal para tratar de episódios relacionados à violação dos direitos humanos na região Oeste durante a ditadura militar (1964-1985). Um dos fatos mais graves é a chamada Chacina de Medianeira que ocorreu em 1974. Na ocasião, cinco militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) foram mortos, na Estrada do Colono, dentro no Parque Nacional do Iguaçu, região de Medianeira, a 60 quilômetros de Foz do Iguaçu. Até hoje os corpos não foram localizados.
Serão ouvidas três vítimas de torturas, a professora universitária Izabel Fávero, o autônomo Alberto Fávero e a empresária Ana Beatriz Fortes e quatro testemunhas, o jornalista Aluízio Palmar, a argentina Lilian Ruggia, Gilberto Giovannetti e o policial Adão Almeida.
Quatro agentes da repressão foram convocados: Otávio Rainolfo da Silva, Mário Expedito Ostrovski, Júlio Cerdá Mendes e João Neuzar Machado. Um deles, que mora em Recife, recusou-se a assinar a intimação. Ele deve ser ouvido no próprio estado. Os agentes intimados deverão comparecer a audiência sob pena de condução coercitiva e a possibilidade de serem processados pelo crime de desobediência, segundo a própria comissão.
A audiência será presidida pela coordenadora nacional da comissão, Rosa Cardoso, e o coordenador da estadual, Pedro Bodê. "Queremos descobrir as circunstâncias das mortes e também quem são os autores", diz Rosa.
Além dos crimes no interior do Parque Nacional, cujas vítimas foram o argentino Enrique Ruggia, os irmãos Daniel e Joel Carvalho, José Lavéchia, Vítor Ramos, serão apuradas informações sobre torturas no Batalhão do Exército, casos de sequestros de exilados paraguaios em Foz do Iguaçu e a morte do ex-sargento do Exército Onofre Pinto que estava com os militantes no Parque Nacional, mas foi preso, torturado e morto em Foz do Iguaçu. Pinto é um dos fundadores da VPR.
Os trabalhos iniciam nesta quinta e encerram na sexta-feira, com a visita à pedra fundamental do memorial que será construído para homenagear as vítimas das ditaduras na América do Sul. Está é a segunda audiência da Comissão da Verdade realizada no Paraná. A primeira ocorreu em Curitiba.
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