As comissões da verdade Nacional e do Rio realizam nesta sábado (4) uma audiência pública para ouvir relatos de militares e de seus filhos perseguidos pela ditadura militar (1964-1985). O evento acontece na sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no centro do Rio. O encontro foi motivado a partir do depoimento do brigadeiro Rui Moreira Lima, em outubro de 2012, que relatou as perseguições e prisões sofridas por ele durante o governo militar.
Um grupo de trabalho criado na Comissão Nacional da Verdade calcula que 7.488 militares foram perseguidos e 30 acabaram mortos.
A comissão toma como base relatórios do projeto Brasil Nunca Mais que apontam 6.500 perseguidos pelas Forças Armadas junto com um estudo da historiadora Flávia Burlamaqui, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que contabiliza os 7.488.
"O termo ditadura militar esconde essa situação paradoxal de militares que foram perseguidos. Foram militares que resistiram ao golpe e pagaram com o alto preço tendo uma série de direitos cassados. São estigmatizados como traidores ou desertores", afirmou Wadih Damous, presidente da Comissão da Verdade do Rio.
Integrante da comissão nacional, Rosa Cardoso citou os filhos dos militares que também foram perseguidos sendo impedidos até de estudar nos colégios militares durante o encontro. "Fui impedido de estudar no colégio militar. Acabou sendo uma punição. Aliás, não foi apenas o meu pai que foi torturado, foi toda uma família", contou Pedro Luiz Moreira Lima, 63, filho do brigadeiro Moreira Lima.
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