A Comissão de Direitos Humanos da Câmara divulgou nesta sexta-feira uma moção de solidariedade ao juiz Livingthon José Machado, que foi afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais por determinar a libertação de presos por causa das péssimas condições carcerárias do estado. A comissão diz que o juiz, da Vara de Execuções Criminais de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, tomou as medidas em favor da dignidade humana, o que é garantido pela Constituição Federal e pela Lei de Execuções Penais. Na moção, a comissão diz não ter dúvidas de que as medidas humanitárias vinham contrariando os interesses de autoridades públicas que se recusam a cumprir a lei.

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"Isso porque, no sistema penitenciário brasileiro, há uma verdadeira antítese entre a realidade prática e os almejos legais referentes à assistência material, médica, jurídica, educacional, social, religiosa que devem ser oferecidos aos condenados. O caráter extremo das medidas tomadas pelo Juiz Livingthon encontram-se amparadas no princípio fundamental da dignidade humana e, ao contrário de ser repreendidas, deveriam servir de exemplo para todos os gestores, em todos os níveis", diz o documento.

A comissão diz que as autoridades públicas deveriam estar empenhadas em adotar medidas para abrandar a situação nos presídios e cita o caso de um detento morto por asfixia em decorrência de superlotação carcerária em um presídio mineiro.

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"Por isso, entendemos que, ao contrário do que aconteceu no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a atitude do Juiz Livingthon venha a ser respaldada por todo seus pares do judiciário mineiro e também pela AMB-Associação dos Magistrados Brasileiros. Assim, esta Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, ao tempo em que se solidariza ao Juiz Livingthon Machado, pede e espera que o TJ/MG reveja sua decisão e reconduza-o imediatamente as atividades junto ao Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais", diz o documento, assinado pela presidente da comissão, deputado Iriny Lopes (PT-ES).