A Comissão de Ética Pública da Presidência da República admitiu que atrasou o envio de um pedido de explicações ao ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, sobre o caso das consultorias prestadas em 2009 e 2010 e sobre o episódio da viagem para Roma em avião pago por um empresário. O pedido de explicações havia sido aprovado no dia 2 de junho, mas a comissão alegou "problemas burocráticos" e enviou o ofício ao ministro somente na semana passada.
Com isso, os dois episódios só voltarão a ser discutidos pelos conselheiros na próxima reunião, marcada para 27 de agosto. O procedimento para apurar o caso das consultorias se arrasta na comissão desde fevereiro. Desde lá, o grupo já pediu três vezes mais explicações a Pimentel. A partir do recebimento do ofício, Pimentel terá 10 dias para apresentar as explicações. A Comissão de Ética não soube informar a data exata do envio do ofício.
Casos
Fernando Pimentel é suspeito de tráfico de influência em consultorias prestadas por ele quando não era ministro, mas trabalhava na campanha de Dilma Rousseff. Em junho, o relator Fábio Coutinho acompanhado pela conselheira Marília Murici apresentou voto favorável a uma pena de "advertência" a Pimentel neste caso. No entanto, os demais integrantes da Comissão votaram pela instalação de um processo de "diligência", em que o ministro terá que fornecer novos documentos solicitados pelos conselheiros.
A Comissão de Ética também está analisando o caso da viagem entre a Bulgária e a Itália que o ministro realizou em 2011, num voo pago por um empresário João Dória Jr. O ponto central é apurar se Fernando Pimentel tornou público que o voo foi fretado pelo empresário. Essa é a única exigência do Código de Conduta do governo para permitir que organizadores de eventos paguem despesas de autoridades.
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