Ascensão e queda
Em 15 anos de vida pública, André Vargas subiu postos na hierarquia política em velocidade pouco comum:
Líder local
Em Londrina, Vargas atuou em um projeto social, foi assessor de políticos e ocupou um cargo de chefia na prefeitura. Foi eleito vereador, deputado estadual e federal. Era a maior liderança política do município, graças à sua influência no governo federal. Trazia pelo menos 150 mil votos na bagagem.
Referência regional
Terceiro deputado federal mais votado em 2010, Vargas já foi presidente do PT do Paraná. Tinha portas abertas em centenas de municípios. Era um dos cabeças da pré-campanha da senadora Gleisi Hoffmann ao governo do estado e desejava disputar uma vaga no Senado.
Influência nacional
No primeiro mandato na Câmara, Vargas caiu nas graças do então presidente Lula ao relatar a medida provisória do Minha Casa, Minha Vida. Em 2010, se tornou secretário nacional de Comunicação Social do PT. Passou a integrar a lista anual dos 100 mais influentes do Congresso. Primeiro vice-presidente da Câmara desde o ano passado, articulava para chegar à presidência da Casa em 2015.
A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados vota hoje o parecer sobre a admissibilidade do processo de cassação do mandato do deputado federal André Vargas (PT-PR). O parlamentar é suspeito de ser sócio informal do doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).
O relator do processo na comissão, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), deverá pedir a continuidade da investigação. Na semana passada, ele disse que há provas suficientes para que o processo seja levado em frente. Se o conselho aprovar o parecer, a investigação contra Vargas continua, o que poderá levar à cassação do seu mandato. A representação contra o paranaense foi apresentada por três partidos da oposição: PSDB, DEM e PPS.
Vargas vem sendo pressionado a explicar suas relações com o doleiro desde o dia 1.º de abril. Reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo apontou que o deputado usou um avião contratado por Youssef para voar de férias com a família.
Pressionado, o petista deixou o cargo de vice-presidente da Câmara e cogitou renunciar ao mandato parlamentar. No dia 14 de abril, chegou a anunciar para pessoas próximas que renunciaria nos dias seguintes, mas a medida não interromperia o processo de cassação, que havia sido aberto no Conselho de Ética. Como o processo já estava em curso, ele ficaria inelegível por oito anos caso renunciasse mesma punição que poderá receber caso tenha o mandato cassado. O processo de cassação, porém, pode fazer com que a punição só valha a partir de 2019, caso a decisão saia depois das eleições de outubro.
Se Vargas apresentar renúncia, ela será aceita, diz Henrique Alves
Agência O Globo
De volta de uma viagem à China, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), comunicou ao deputado André Vargas (PT-PR) que, se ele apresentar sua renúncia ao mandato, ela será aceita de imediato, independentemente do estágio em que esteja o processo no Conselho de Ética da Câmara. "É um ato unilateral dele. Se ele quiser renunciar, não há o que discutir. É só aceitar e convocar o suplente. Como pode ficar na Câmara um renunciado? Participa das sessões? Vai votar? Cria-se um problema jurídico", disse Alves.Nem mesmo os aliados mais próximos de Vargas arriscam cravar se ele irá de fato apresentar sua renúncia devido às idas e vindas do petista nas últimas semanas. O certo é que há forte pressão dentro de seu partido para que ele deixe logo o mandato e evite um sangramento maior do PT.
Colaborou Euclides Lucas Garcia.
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